Bela traseira, Sr. Mégane!
Por Gustavo do Carmo / Fotos: Divulgação

Com apenas dois anos o Renault Mégane brasileiro, que ainda usa o capô da primeira reestilização européia de 2002, já está desatualizado. O mundo já conhece a terceira geração do médio. Por enquanto, apenas a versão hatch, que não é vendida aqui desde 2005, ainda na primeira geração fabricada na Argentina (lançada na França em 1995 e chegando até nós três anos depois). A esportiva RS chegou a ser anunciada para importação no início deste ano, junto com o Cabriolet e a Grand Scénic, mas acabou não vindo.

A traseira do segunda geração, que misturava curvas na tampa do porta-malas com linhas retas na coluna, era tão esquisita, que teria sido o motivo da ausência do hatch em nosso mercado, o que poderia provocar uma reprovação dos brasileiros. Felizmente esse erro foi corrigido nesta nova geração que os europeus vão conhecer pessoalmente no Salão de Paris a partir do dia 04 de outubro e poderão comprar em novembro.

A nova carroceria mede 4,30 m de comprimento e 2,64m de distância entre-eixos. A capacidade do porta-malas é de 405 litros. Vidro e tampa são arredondados, sendo que o primeiro tem um recorte em V em sua base. As lanternas cresceram e envolvem, em formatos distintos, a própria traseira e as laterais. Falando nelas, as janelas posteriores e a coluna ficaram melhor resolvidas. As linhas do novo Mégane perderam originalidade, ficando muito parecidas com as do Fiat Bravo, mas o resultado ficou bem melhor. A polêmica, na minha opinião, passou para a dianteira. Achei estranhas a ranhura para a abertura do capô e os dois vincos: um transversal arqueado, na altura dos faróis e do emblema, e o longitudinal que atravessa toda a tampa. Os faróis (herdados do luxuoso Laguna) também envolvem laterais, capô e frente, que passa a ser fechada como o Peugeot, deixando a grade de ar no pára-choque. É mais um com o novo padrão estético da Renault, o que deixa o nosso Sandero bem demodèe.


Por dentro, um painel de linhas simples, mas ao mesmo tempo modernas. O friso que vai do console até a altura do porta-luvas é ascendente e visto de lado parece que a parte superior desce como uma onda. O quadro de instrumentos do lado do motorista é composto por três elementos: no centro o velocímetro digital e dentro dele os marcadores de combustível e óleo, o display do computador de bordo à direita e o conta-giros - único analógico - à esquerda. Até as luzes de seta são em alta definição. Os painéis do ar condicionado e do CD são horizontais com formato levemente trapezoidal. O volante tem três braços, sendo que o inferior é vazado. O painel segue o padrão atual da Renault na Europa, que ainda não chegou ao país.

De equipamentos de segurança e conforto, o novo Mégane mantém a partida por cartão e botão e traz CD-player com MP3, Bluetooth e entrada USB como item de série. DVD-player e navegador via satélite são opcionais. Como novidade, ele oferece cintos de segurança fabricados especialmente para evitar lesões na região do abdômen, além de faróis de xenônio, airbag, freios ABS e EBD. O controle de estabilidade também é opcional, assim como o ar condicionado de controle digital de uma ou duas zonas, freio de mão eletrônico e programador de velocidade.
A gama de motores tem oito opções. Os de gasolina são um 1.6 16V de 100 ou 110 CV (dependendo do país), um 2.0 16V de 140 CV (inicialmente com cambio manual e mais adiante um automático de variador continuo) e o 2.0 TCe de 180 CV. Futuramente terá outro motor 1.4 TCe de 130 CV. Os motores com a denominação TCe são turbinados. Os motores Diesel terão apenas uma cilindrada: o 1.5 dCi. A potência varia entre 90 e 160 cavalos (esta última com câmbio automático, dimiuindo dez cavalos com o manual).

Por enquanto foram divulgadas apenas as imagens do hatch de quatro portas. O de três também estará no salão francês. A linha Mégane ainda terá, na seqüência, as Scénic de cinco e sete lugares, a perua Grand Tour, o Coupé-Cabriolet e o sedã para mercados emergentes como o nosso. Isso até 2010, quando o hatch de quatro portas poderá chegar ao Brasil, embora a Renault já tenha corrido pra desmentir a notícia e dizer que pensa em lançar o face-lift que já aparece no Cabriolet. Provavelmente deveremos ter apenas o sedã (talvez a perua) e o hatch sósia do Bravo, que também vem no próximo ano.


Neste sábado: tudo sobre o sedã Fiat Linea.