Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação




A segunda categoria mais antiga da revista Autoesporte tem mais um modelo bicampeão. É o Mercedes Classe C, que foi renovado em maio deste ano, ganhando novos faróis e algumas melhorias técnicas, como o novo câmbio automático de sete velocidades.

O modelo original foi lançado em 2007 e retomou as linhas clássicas da Mercedes, abandonadas pelas curvas da geração anterior, eleita pela Autoesporte em 2000. Os faróis agora têm formato de bumerangue. O interior é sofisticado, mas tem estilo simples. O visor do computador de bordo fica dentro do velocímetro. O porta-malas tem 475 litros. 

No mercado, o sedã mais barato da Mercedes-Benz é oferecido em três versões: C 180 CGI, modelo de entrada da linha, com 156 cv de potência, que custa R$ 116,9 mil. A versão intermediária, C 200, com 184 cv, chega por R$ 162 mil. Já o modelo de topo, C 250, com motor que desenvolve 204 cv, sai por R$ 191,9 mil. O motor de todas elas tem quatro cilindros em linha, 1.8 litro de volume cúbico, quatro válvulas por cilindro, injeção direta e turbocompressor. 


A versão básica já vem com ar condicionado automático, airbags frontais, laterais e de cortina, bancos dianteiros com ajuste elétrico de altura, freios ABS adaptativos com assistência de frenagem, controles de tração, estabilidade e de partida em ladeira, alerta de fadiga, rádio CD Player com Bluetooth, volante multifuncional, acionamento automático dos faróis, faróis com luzes diurnas em LED, lanternas traseiras em LED, revestimento em couro sintético e rodas de 17 polegadas. A versão intermediária tem teto solar e a top adiciona ar condicionado digital, GPS com comando de voz, couro natural, bancos dianteiros elétricos com memória, limpadores de faróis de duplo xenônio, sistema de estacionamento automático e teclas de câmbio no volante.  


Sinceramente? Eu achei o resultado injusto. O Classe C, que somou 93 pontos, teve muitos adversários superiores, não por causa do porte maior, mas por terem mais qualidades técnicas e chamarem mais atenção. O Passat, por exemplo, também só passou por um face-lift, mas parece outro carro. Ficou apenas na segunda posição, com 76 pontos. E o novíssimo Audi A6, terceiro colocado com 62 pontos, então? A Autoesporte ficou com medo de dar um penta-campeonato à marca dos quatro anéis? Acredito que não, já que deu na categoria dos motores acima de 2.0, com o 2.5TFSI do RS3. Horas antes do anúncio dos vencedores, eu tinha apostado no Volvo S60, por causa do estilo e dos equipamentos de segurança como o detector de pedestres. Ficou somente na quarta posição, com 55 pontos. O cupê retrô de imagem Chevrolet Camaro fecha os cinco finalistas com apenas 39 pontos.

O Carro Premium do Ano foi o primeiro desdobramento da promoção da Autoesporte. Tinha sido criado em 1993, com o nome de Importado do Ano, para aproveitar a recém-chegada de modelos luxuosos ao nosso país, vindos do exterior. Com a importação de modelos mais simples, a categoria mudou de nome em 2007 para Premium do Ano, classificando-os por uma faixa de preço, geralmente acima de 100 mil reais. Este ano, o limite foi de R$ 110 mil.


Com o bicampeonato, o Classe C repetiu a façanha do BMW Série 3 (1993 e 1999), Audi A4 (1996 e 2009) e Audi A8 (2004 e ano passado). Já a Mercedes reduziu a sua desvantagem em relação à Audi para 5 a 7. Desde 2004 só Audi e Mercedes ganharam nesta premiação. A última marca fora da dupla foi o finado hatch médio Alfa Romeo 147, antecessor do Giulietta, em 2003.

Se um dos dois tivesse ganho, Passat ou Camaro daria o primeiro título para uma montadora tradicional neste certame. Das que fabricam carros aqui hoje em dia só a Citroën, com o Xantia, em 1995, e a Honda, com o Civic (1997) ganharam o título. A Volvo também nunca ganhou nada. Já a Audi ganhou em quase todas as principais categorias (carro em 2000 com o A3, Premium, Utilitário, Utilitário Premium, Motor e Motor Premium). Só não ganhou nas picapes. 

1993 - BMW 325i / 1994 - Honda Accord / 1995 - Citroën Xantia / 1996 - Audi A4 / 1997 - Honda Civic / 1998 - Audi A6 / 1999 - BMW Série 3 / 2000-01 - Mercedes Classe C / 2002 - Não houve / 2003 - Alfa Romeo 147 / 2004 - Audi A8 / 2005 - Mercedes SLK / 2006 - Mercedes CLS / 2007 - Mercedes Classe E /2008 - Audi TT / 2009 - Audi A4 / 2010 - Audi A5 / 2011 - Audi A8 / 2012 - Mercedes Classe C



FICHA TÉCNICA - MERCEDES C180 CGI, C200 e C250

Motor: Quatro cilindros em linha, longitudinal, turbo, injeção direta, gasolina, 1.796  cm³, 16 válvulas
Potência: 156 cv (C180), 184 (C200) e 204 cv (C250)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,9/7,8/7,2  segundos
Velocidade máxima: 223/235/240 km/h
Consumo Médio: não divulgado
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,58/1,77/1,44/2,76 m
Porta-malas: 475 litros
Tanque: 59 litros (66 para o C250)
Preços: R$ 116.900 (C180) / R$ 162.000 (C200) / R$ 191.900 (C250)