Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação



Apesar da Peugeot ter garantido que lançará o 208 no Brasil, preferi apresentar as primeiras imagens do sucessor do 207 no tópico "Lançamento Internacional" em vez do "Em breve no Brasil". Achei melhor usar esta coluna com informações mais concretas para o nosso mercado. 

O Peugeot 208 chegará ao país somente em 2013, fabricado em Porto Real, aqui no estado do Rio, cuja planta será ampliada e modernizada. Não ficará muito defasado em relação ao europeu, o que já é uma boa notícia. Mas poderá ser simplificado. O atual 207 genérico, que é um 206 com frente modernizada, deve continuar em produção para concorrer com os populares. 

Na Europa, o 208 já chega no primeiro trimestre do próximo ano e encerrará a carreira do 207 autêntico. Na contramão das reestilizações, o novo compacto é sete centímetros mais curto (3,98m) que o antecessor europeu. A distância entre os eixos continua com 2,54m. Em comparação com o nosso, ele cresceu em todas as dimensões (3,87m e 2,44m).


Suas linhas ficaram um pouco mais retas e altas (a altura aumentou de 1,47 para 1,49m. 1,45m no brasileiro). Há ressaltos que cortam a maçaneta da porta traseira e que moldam o para-lamas dianteiro e as saias laterais. O 208 de duas portas se diferencia além disso. A janela lateral traseira tem um recorte mais esportivo e os vincos atravessam a lateral quase inteira. 

A frente do 208 segue o novo padrão visual da Peugeot, já usado no sedã grande 508 e levemente adotado no nosso 408. O compacto ficou mais parecido com o conceito HR1. Os faróis ficaram menos afiados e a grade reduziu de tamanho. O emblema perdeu a moldura preta e agora está bem em cima do capô, sobre um bico em baixo relevo. No vão entre a tampa e a grade há uma plaquinha com a assinatura da marca. As lanternas são curvadas na traseira e formam uma letra C invertida na lateral. De longe, tive a impressão de que vi a cabeça de um leão rugindo.


No interior, a Peugeot inovou no desenho do painel. O quadro de instrumentos, analógico e à frente do motorista, mesmo, está mais elevado. Quem também se destaca é a tela multimídia. Sensível ao toque, é como se fosse um tablet fixo no console. Visual estranho, mas que vai ser bem lembrado no futuro. Ficou até parecido com carros elétricos como o Toyota Prius, Chevrolet Volt e Nissan Leaf. E também com o subcompacto Volkswagen Up!.


O 208 terá o head up display, aquele recurso que projeta o velocímetro numa placa transparente próxima ao para-brisa, que a gente já conhece do crossover 3008. Apesar da manutenção da distância entre-eixos, a Peugeot garante um espaço interno maior. Pelo menos o do porta-malas aumentou: 285 litros. Eram 270 litros no europeu e 245 no nosso 206. 

Lá na Europa, ele terá novos motores a gasolina. Serão de três cilindros, 1.0 e 1.2, ambos com turbo, chamados VTI. O 1.6, conhecido do 3008 e do RCZ, também deve marcar presença, assim como o sistema Start & Stop, que desliga o motor quando o carro para no sinal. Haverá também cinco versões a diesel. Para nós, deve vir o 1.0, se a Peugeot quiser mesmo investir no nosso 208. Mas teria que transformá-lo em flex. O 1.4 e o 1.6 atuais devem continuar. 

A Peugeot sentiu que disfarçar o 206 de 207 não deu muito certo. Por isso, se motivou a unificar o seu compacto com o europeu. Espero que até 2013 não mude os planos para fabricá-lo na Argentina ou no México ou inventar um 207 europeu com cara de 208.