Ao contrário das duas gerações anteriores, a quarta edição do Chevrolet Corvette, lançada em 1983, como modelo 84, não teve ensaio em algum conceito, como foram nos dois Mako Sharks. Mas a sua frente foi inspirada no último face-lift da terceira geração.



Desta vez, as grades do para-choque deram lugar a um conjunto de luzes de direção e de neblina. A placa na cor do carro ganhou o nome Corvette. A lateral manteve o formato fastback, com duas fendas verticais na altura do para-lamas. Os repetidores laterais ficavam próximo às rodas dianteiras, que assim como as de trás eram de alumínio, mediam 16 polegadas e uma das opções tinha desenho de disco. A outra tinha aparência estrelada. A traseira continuou com o vidro côncavo, mas a área das lanternas ficou mais reta. Estas ainda eram circulares e dispostas em dois pares, mas cresceram e ficaram mais planas. Entre elas a assinatura do modelo e um brake-light, grande novidade nos anos 80. O interior ficou mais tecnológico, com um inédito quadro de instrumentos digital. Os bancos ganharam regulagem lombar e sistema de áudio Bose, em pareceria com a Delco.


Com novo chassi de estrutura integral e célula de sobrevivência, o Corvette ficou 20 cm mais curto e seu coeficiente aerodinâmico baixou para 0,34 Cx, o menor até então.

Na mecânica, o destaque ficava por conta do câmbio automático de quatro marchas. Os motores voltavam a ganhar potência. O 350 V8 básico tinha 205 cavalos, mas já tinha injeção eletrônica e catalisador, para controlar a emissão de poluentes.


Em 1985 foi lançado o novo motor L98, com injeção eletrônica multiponto, que chegava a 230 cavalos e levava o Vette a 240 km/h. O Chevrolet voltava a ser o carro mais rápido produzido nos E.U.A.. Até Enzo Ferrari, criador da antológica marca italiana que leva o seu sobrenome se rendeu a ele com elogios.

O Corvette conversível voltou em 1986. Nesta mesma versão ele ganhou uma nova série especial, com freios ABS de série, para servir, pela segunda vez, de carro madrinha das 500 Milhas de Indianápolis, que na ocasião seria realizada pela 70a vez. Como opcional, ele tinha um teto traseiro removível que lhe devolvia o estilo targa dos anos 70.


Em 1988, no ano em que Enzo Ferrari morreu, o Corvette completou 35 anos e ganhou dois presentes. Primeiro uma série especial comemorativa da data, com pintura branca. Depois, o novo motor LT5, projetado em parceria com a Lotus (que na época pertencia à General Motors), baseado sobre o V8 350, com 5.7 litros, 32 válvulas (quatro válvulas para os oito cilindros) e construído em alumínio.

Rendia 375 cavalos de potência e torque máximo de 39,2 kgfm. Com ele e o câmbio manual de seis marchas, o Corvette ZR1, nome da versão que recebeu o apimentado propulsor, acelerava de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e alcançava a brutal velocidade máxima de 272 km/h. O preço de 59 mil dólares e a manutenção mais cara exigida pelos materiais diferentes limitaram as vendas do ZR1 a apenas 6.491 unidades em sete anos. Outra novidade desta versão era o controle seletivo de rodagem, através do painel, da carga dos amortecedores em três níveis: Touring, Sport e Competition. 


Em 1991, quando atingiu a marca de 1 milhão de unidades vendidas, a quarta geração do Corvette ganhava um face-lift, que lhe deu novos para-choques mais arredondados, faróis auxilares envolventes (os principais continuavam retráteis escondidos no capô), entrada de ar lateral horizontal no lugar de verticais e, na traseira mais alta. as lanternas ganharam contornos levemente quadrados.

O interior foi inteiramente reformulado, com painel de desenho envolvente, revivido na sétima geração, de 2013. Na mudança, só o velocímetro continuou digital. 


O motor LT1 de 300 cavalos e o câmbio manual de seis marchas já eram usados em toda a linha desde 1989. O esportivo também ganhou controle de tração de série.


O Corvette comemorou o seu 40º aniversário com outra série especial. Desta vez, o ZR1 era pintado de vermelho rubi e dotado do pacote RPO Z25, que aumentava a potência para 405 cavalos, marca que o esportivo não atingia desde os anos 70, quando a crise do petróleo obrigou a redução dos motores. A velocidade chegava aos 290 km/h.


Em 1994, os outros modelos recebiam bancos mais esportivos, painel reestilizado e injeção sequencial de combustível. A janela traseira da capota do conversível agora era de vidro com desembaçador e não mais de lona. Nesse mesmo ano, a inauguração de um museu nacional em Bowling Green, onde fica a sua atual fábrica, referendava o Corvette como "orgulho norte-americano". 

Em 1996 a General Motors já preparava a quinta geração e começava a despedida do C4. A mais chamativa era a Grand Sport, nas carrocerias cupê e conversível, com pintura azul com faixas brancas centrais no capô, teto e traseira e vermelhas na lateral dianteira. As rodas de 17 polegadas também eram pintadas de preto e o motor V8 350 tinha 330 cavalos.


A década de 90 já passava da metade e o Corvette estava atrasado para os novos tempos.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS DA INTERNET
FONTE DE CONSULTA: BEST CARS