A sétima geração do Chevrolet Corvette foi apresentada no Salão de Detroit 2013 para comemorar os 60 anos do Orgulho Norte-Americano e também os 50 anos da segunda geração. Por isso, o reformulado Corvette  ganhou o sobrenome Stingray, tal como o modelo de 1963.

O Corvette Stingray 2014 chega inovando logo no material de construção da carroceria. Saíram a fibra de vidro e o plástico. Entraram o carbono e o alumínio (na plataforma).



Outro rompimento com a tradição foi o vidro traseiro, que deixa de ser envolvente para ter formato em V e ficar concentrado inteiramente na tampa do porta-malas. Assim, o vidro vigia lateral é inédito na história do Corvette. Os faróis ficaram ainda mais afiados - com apenas um canhão - e a grade no para-choque é a maior das últimas três gerações, lembrando ainda mais a primeira versão, de 1953. Não há mais as grades nas extremidades do para-choque. A lembrança do Sting Ray original está na grade do capô.


A entrada de ar nas laterais é marca registrada do Corvette, tal como os dois pares de lanternas, que evoluíram: antes ovais agora são retangulares inclinados e com luzes de LED, estas presentes também nos faróis. Os vincos da traseira estão alinhados com o vidro. Também atrás, outro detalhe inovador são as quatro saídas de escapamento no centro do para-choque.


O interior está mais futurista, com quadro de instrumentos virtual, podendo ser configurado para parecer analógico. O painel agora tem barra no console para isolar o motorista. A inspiração do estilo veio do modelo 1991, da quarta geração. Mas a tela multimídia com navegador por GPS lembra que o Corvette está no século XXI.

Logo acima, o modelo de 1991. Os dois no alto são do modelo 2014

O motor V8 básico, que já tinha subido para 6.2 litros em 2008, manteve a cilindrada, só que agora com injeção direta, comando de válvulas com variador de fases e desativação parcial dos oito cilindros, para economizar combustível. É pra matar de inveja os motores dos anos 70, que tiveram que reduzir a potência para sobreviver à crise do petróleo.

O câmbio manual passa a ter sete marchas e o automático é sequencial de seis, com comando no volante. A suspensão agora é magnética adaptativa. O funcionamento destas duas peças e até o som do motor podem ser alterados.

Com porte de esportivo de grã-turismo desde a quinta geração, tendo inclusive participado de corridas de longa duração, como as 24 Horas de Le Mans, o Corvette ainda se mantém fiel ao motor dianteiro e à tração traseira.


Criado nos anos 1950 para enfrentar a invasão dos esportivos europeus nos Estados Unidos do pós-guerra, o Chevrolet Corvette, sessenta anos depois, ficou igual a eles e também aos japoneses na sétima geração. Os puristas podem não gostar, mas o símbolo norte-americano precisa continuar conquistando o mundo, principalmente os europeus e asiáticos, fazendo o caminho inverso da sua história.



TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO