TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Quando quer de verdade faz com vontade. Esta frase cabe muito bem à Peugeot, que tomou vergonha na cara (mais porque as vendas do seu 206 fantasiado de 207 caíram) e resolveu fabricar no estado do Rio de Janeiro o novo 208, onde praticamente tudo é novo: do estilo a plataforma (com exceção das partes mecânicas). Nada de carroceria antiga com face-lift e nome disfarçado, como no seu antecessor, que continua em linha nas versões hatch 1.4, sedã e picape. A SW vai dar lugar ao utilitário 2008 no ano que vem.
O 208 está menos arredondado e mais alto (1,45m do 207 para 1,47m), com três vincos laterais. Os faróis ficaram maiores, mas continuam pontiagudos. A grade diminuiu e agora está mais perto do capô, em formato de sorriso. Segue o conceito usado no sedã grande 508. As janelas também cresceram e deixaram as pontas de lado, ganhando contornos arredondados e um pequeno vigia de plástico. As lanternas assumiram a forma de cabeça de leão rugindo. A tampa do porta-malas está mais bojuda, como no médio 308, e o para-choque traseiro tem borda em forma de arco invertido.
O interior adotou um acabamento mais simples que o 207, com menos revestimentos de tecido e muitos plásticos duros. Por outro lado o painel está bem mais moderno e ousado, com aplique prateado em toda a sua extensão e na moldura da tela multimídia sensível ao toque, que é destacada do console. Na versão Active, que não tem a tela, o painel é cinza, mas o console central também é saliente, com o espaço para o rádio recuado. O quadro de instrumentos está acima do volante. E ele é iluminado por LEDs.
 |
| 208 Active |
Os motores evoluíram, apesar da base vir do velho 206 2005. Como o ex-1.4, que já nasceu flex e agora é 1.5. Ele continua com oito válvulas, entretanto aumentou a potência para 89 cavalos com gasolina e 93 cv com álcool. O outro é o 1.6 16v, que ganhou variação do tempo de abertura das válvulas de admissão e sistema de partida a frio. Rende 115 e 122 cv (antes tinha 110 e 115 cv). Os dois motores também equipam a nova geração do primo Citroën C3, lançado no ano passado. O 1.6 também é usado no Peugeot 308. A transmissão é manual de cinco marchas para todas as versões. Somente a top Griffe, com motor 1.6, tem a opção do câmbio automático sequencial de 4 velocidades.
O 208 1.5 acelera de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos com gasolina e 10,9 seg, com álcool. A velocidade máxima é de 177 e 181 km/h. O 1.6 manual tem aceleração de 10,2 e 9,7 segundos e velocidade de 191 e 198 km/h. A Peugeot não divulgou os números do automático e nem o consumo de todos.
 |
| 208 Active |
A gama de versões e equipamentos do 208 brasileiro, que só é fabricado com quatro portas e inicia as vendas no dia 13 de abril, começa com a Active 1.5, que custa R$ 39.990 e já vem de série com faróis com luzes diurnas, airbags frontais, freios ABS com repartidor eletrônico de frenagem, computador de bordo, ar condicionado, direção elétrica progressiva, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas com comando na chave e porta-luvas refrigerado.
A versão Allure também tem motor 1.5. Custa R$ 45.990 e adiciona rodas de liga-leve de 15 polegadas (a Active tem calotas na mesma medida), faróis de neblina, a central multimídia touchscreen com o navegador GPS, rádio com MP3 e Bluetooth com comandos no volante revestido em couro, entradas USB e auxiliares, retrovisores elétricos e teto solar panorâmico Cielo, diferente do para-brisa superamplo Zenith do Citroën C3.
O 208 top é o Griffe, com motor 1.6 e duas opções de câmbio. O manual sai por R$ 50.690 e o automático R$ 54.690. Ambos acrescentam rodas de alumínio de 16 polegadas, luzes de LED nos faróis, ar condicionado digital de duas zonas, vidros elétricos traseiros, ponteira do escapamento cromada, console de teto com luzes de LED, acendimento automático dos faróis, sensores de chuva e estacionamento traseiro, regulador e limitador de velocidade e alarme. O Griffe automático tem comando de marcha por alavanca no volante e piloto automático. Pena que faltaram os freios a disco nas rodas traseiras e os airbags laterais.
Apesar de pouco maior que o Hyundai HB20 (3,90m - de R$ 32.935 a R$ 49.795) e o Chevrolet Onix (3,93m - R$ 30.790 a R$ 43.090), o 208 vai concorrer em faixa de preço com o Chevrolet Sonic (4,04m -R$ 47.500 a R$ 54.900), o Fiat Punto (4,06m - R$ 39.350 a R$ 67.160), Citroën C3 (3,94m - R$ 39.990 a R$ 55.290), Ford New Fiesta nacional (4,06m - R$ 45.370 a R$ 51.670 o mexicano) e o velho Volkswagen Polo (3,89m - R$ 46.060 a R$ 58.402).
O Peugeot 208 não substitui imediatamente o 207 hatch, mas pretende dar continuidade ao sucesso do velho 206, lançado no Brasil em 1999, importado da França, depois da Argentina e enfim fabricado em Porto Real (RJ) a partir de 2001, com motor 1.0. O sucessor do quadrado 205 conquistou a simpatia dos brasileiros até 2009, quando foi maquiado de 207, que lá na Europa tinha outra estrutura. Resultado da enganação: a Peugeot perdeu clientes que o 208 deseja reconquistar.
FICHA TÉCNICA - PEUGEOT 208 1.5 8v / 1.6 16v
Motores: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.449 cm³, 8 válvulas (1.5)
Quatro cilindros, transversal, flex, 1.587 cm³, 16 válvulas (1.6)
Potência: 89 cv (gasolina) e 93 cv (álcool) - 1.5 / 115 e 122 cv (1.6)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 segundos (G) e 10,9 seg. (A) (1.5) / 10,2 e 9,7 seg. (1.6)
Velocidade máxima: 177 e 181 km/h (1.5) / 191 e 198 km/h (1.6)
Consumo: não divulgado
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3.96/1,70/1,47/2,54 m
Porta-malas: 285 litros
Tanque: 55 litros
Preços: R$ 39.990 (Active 1.5) / R$ 45.990 (Allure 1.5) / R$ 50.690 (Griffe 1.6 manual) e R$ 54.690 (Griffe 1.6 automática)
0 Comentários