TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


O DS3 é um hatch compacto que quer estar na moda. O DS5 é uma perua que quer ser crossover. E agora o DS4: um hatch que quer ser cupê esportivo. A verdade é que não são os modelos, mas a Citroën que quer estes perfis para os seus modelos luxuosos da linha DS, completa no Brasil com o DS4, por R$ 99.900.



Apesar de ser o último a chegar ao país, o DS4 é o irmão do meio da família, tanto na idade quanto no porte do modelo e também ao visual. Com 4,27m de comprimento, é discreto pela ausência de inovações visuais. A frente tem o padrão da marca, a lateral é arqueada - com muitos vincos - e a traseira, arredondada com aerofólio no alto do vidro e lanternas horizontais. As rodas são de 18 polegadas.

Mas o DS4 é um carro atraente. Tão atraente que poderia representar o novo C4 em nosso mercado, pois a nova geração do hatch médio comum é bem estranha. A plataforma é a mesma. Porém, o que atrapalha é a janela lateral traseira fixa. A Citroën diz que é por causa das maçanetas embutidas na coluna. Mas isso não é desculpa, pois outros modelos também tiveram maçanetas assim e abriam os vidros, como a antiga Alfa Romeo 147, do início da década passada, por exemplo. Ainda assim, a marca francesa insiste em dizer que o DS4 é um cupê e quis deixar a lateral limpa como tal.


O interior reafirma a proposta do modelo mais comportado da linha DS. O acabamento é refinado, com materiais de boa qualidade, mas o painel tem linhas retas, naquele conceito de console central integrado ao quadro de instrumentos. É o mesmo do novo C4, que aqui chegará primeiro na versão sedã. É tão comportado que aboliu o volante de miolo fixo e o painel digital no centro do painel. Agora, o miolo gira junto com o volante (que tem base achatada), que fica à frente dos instrumentos analógicos. Ou quase. No interior dos três há sempre um display digital. E no centro há o já obrigatório display multimídia de 7 polegadas, sensível ao toque, com navegador GPS, que também dá dicas de restaurantes, oficinas e concessionárias Citroën.

Os bancos são anatômicos e revestidos de couro. Possuem detalhes na cor da carroceria escolhida (que tem apenas quatro opções: preta, cinza, branca e vermelha) no assento e encosto. Os braços das portas também têm os mesmos detalhes. O espaço interno é bom. O porta-malas tem 359 litros.


Como faz parte de uma linha premium, o DS4 tem itens de luxo como massageador nos bancos, para-brisas panorâmico, som com rádio, CD, MP3 e Bluetooth de alta qualidade Arkamys e personalização da iluminação do quadro de instrumentos e dos sons das funções do carro, como setas, pisca alerta e aviso do esquecimento da chave na ignição.



Outros equipamentos de série da versão única são o ar condicionado digital dual zone, vidros elétricos com um toque, travas elétricas, retrovisores elétricos rebatíveis, computador de bordo, faróis de bixenônio com lavadores, acendimento automático, facho ajustável em altura e iluminação em curvas, monitoramento do ponto morto nos retrovisores externos, calculador de vaga de estacionamento, assistente de partida em declives e aclives, piloto automático, alerta de falta de uso dos cintos de segurança, seis airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), freios ABS com distribuição eletrônica e assistente de frenagem de urgência, controles de tração e estabilidade.


O trem de força é o mesmo do DS5: motor THP 1.6 com turbo e injeção direta (usado também no DS3 e em vários modelos da Peugeot, Mini e BMW) de 165 cavalos e câmbio automático sequencial de seis marchas.

O DS4 acelera de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 6,3 segundos e chega aos 212 km/h. São números piores que o do Fusca (200 cv no motor) e o BMW 118i (tem o mesmo motor do Citroën, 5 cv mais potente), seus principais concorrentes, mas são melhores que os hatches médios convencionais. O consumo de 9,6 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada é bom. A frenagem de 61,3 e o ruído de 63 decibéis, ambos a 120 km/h, estão dentro da média. Todos os números, com exceção da velocidade máxima, são da revista Quatro Rodas. 

O Citroën DS4 pode não ser ousado como os irmãos, mas é o mais bonito e deve ser o mais mimado no mercado, como um típico irmão do meio. 


Pontos Fortes 

+ Estilo
+ Acabamento 
+ Espaço interno
+ Consumo 
+ Equipamentos de Série

Pontos Fracos

- Preço


FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência: 165 cv
Câmbio: Automático sequencial de seis marchas  
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,3 segundos (Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 212 km/h
Consumo: 9.6 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,27/1,81/1,53/2,61 m
Porta-malas: 359 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 99.900