TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


O chinês Chery QQ não está entre os 50 mais vendidos do mercado, mas é bastante visto nas ruas. Vem sendo visto como uma boa opção para quem quer um carro bem compacto, barato (chegou a ser o mais em conta do Brasil por algum tempo) e com muitos equipamentos de série, como ar condicionado, trio elétrico, som, airbags e freios ABS.

Baseado no Daewoo Matiz, lançado nos anos 90, o QQ foi um dos chineses acusados de plágio estético no início da década passada. Dez anos depois ele ganha uma carroceria inteiramente nova, com linhas arredondadas e mais originais, apesar de ainda lembrar modelos similares, como o Citroën C1, vendido só na Europa, e o conterrâneo JAC J2, por causa das lanternas traseiras na coluna e a tampa do porta-malas de vidro fumê.



A frente, com os faróis agora ovalados, foi inspirada, ou melhor, aproveitada do irmão da mesma empresa, o S18 - que deve sair de linha lá na China porque a Rich, subsidiária que o produzia, foi extinta pela Chery. No entanto, o sorriso formado pelo arco invertido no capô, sua marca registrada, continua na dianteira e ficou mais ousado por causa do vinco no para-choque, que faz parecer uma língua. Na lateral reta, mas com janelas arredondadas, se destacam os novos vincos e a maçaneta da porta de trás, que é quase embutida no vidro, mas na sua base, ao contrário da já comum integração com a coluna. O comprimento foi mantido em 3,55m porque a plataforma é a mesma do anterior. 


O interior melhorou o acabamento e agora é escuro, como os brasileiros gostam. Era uma das queixas do antigo modelo. O console central, com máscaras cinzas, ficou mais destacado, mas ao mesmo tempo conservador com os difusores de ar centrais retangulares. O quadro de instrumentos continua compacto e digital no velocímetro, entretanto, o conta-giros agora atravessa todo o arco. A posição de dirigir melhorou bastante e o espaço interno aumentou um pouco. Apesar de já ter apenas 190 litros, o porta-malas diminuiu e por isso a Chery não divulgou a sua capacidade.


Ainda não se confirma se o motor será o ACTECO de quatro cilindros 1.1 16v 68 cv usado atualmente ou o novo 1.0 de três cilindros de 75 cavalos. Só se sabe que ele será flex e ganhará potência quando começar a ser fabricado na nova unidade de Jacareí (interior de SP) a partir de 2015, ao lado do médio Celer, podendo chegar importado até o ano que vem. 

O QQ deve continuar vindo equipado de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, airbags frontais, vidros, travas e espelhos com acionamento elétricos, regulagem de altura do farol, brake light, alarme antifurto, travamento de portas à distância, fechamento automático dos vidros, luzes de neblina dianteira e traseira, CD player MP3 com entrada USB, entre outros itens. 

Porém, com os nossos altos impostos, os custos de produção e o lucro Brasil, será difícil o novo QQ custar abaixo de 20 mil reais como deseja a Chery e recuperar o posto de carro mais barato vendido no país, pois Uno Mille e Ford Ka devem sair de linha até 2015.