TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO

É duro não ter informações privilegiadas como alguns jornalistas. Contrariando o que eu disse no post "Baba, Brasil" em fevereiro, o Captur, novo crossover compacto da Renault, vem sim para o Brasil. Chega no ano que vem, posicionado em um segmento mais luxuoso que o irmão mais pobre Duster, fabricado no Paraná. Vai concorrer com as versões mais caras do Ford Ecosport, Chevrolet Tracker (que também vem mesmo em outubro) e Peugeot 2008. Ou seja, vai custar caro, na faixa dos 70 mil reais. Já o utilitário da Dacia vai disputar mercado com o Citroën Aircross e os Ecosport mais baratos. 

O Captur é derivado da quarta geração do Clio e copiou o seu estilo frontal através do emblema no centro da grade em forma de asa e os faróis pontiagudos. No Captur, o teto é plano e alto (assim como a suspensão) e se encontra com o recorte das janelas laterais. A cor do teto é personalizável. No Brasil deve vir o preto e o branco. As lanternas traseiras são ovaladas.




O interior tem estilo moderno com a tela multimídia dominando o console central de desenho quadrado de cantos arredondados, cercado pelas saídas de ar,  e o quadro de instrumentos achatado, concentrando o velocímetro digital no meio. Há barrinhas coloridas para orientar o consumo do motor. O acabamento aparenta boa qualidade, mas segundo a avaliação da imprensa, é de plástico duro, mas com boa textura. O espaço interno é generoso, garantido pela distância entre-eixos de 2,60m, menor que a do Duster. Acomoda bem apenas quatro pessoas.  O porta-malas tem capacidade para 377 litros. 


O Captur deve ser importado com acesso e partida sem chave, sistema que desliga e religa o carro no trânsito, assistente de partida e rampa, câmera de ré e sensores de estacionamento. Os sistemas de áudio e multimídia devem ser mais simples que o Arkamys e R-Link usados na Europa. A motorização deve ser a mesma 1.6 ou 2.0 HiFlex usada no Duster. Se a Renault quiser inovar deve usar alguma cilindrada maior da nova linha TCe (a gasolina, com injeção direta), provavelmente a 1.2, com 120 cavalos. 


Para ser importado direto da Espanha ou da Coreia do Sul, países onde é fabricado, a preços competitivos, o Captur vai aproveitar a cota de 9.400 unidades do programa InovarAuto, que o isenta os importados de pagarem 30% a mais de IPI para quem fabrica no Brasil. Em 2016, se vingar, será fabricado no Paraná. É... eu me enganei. O Captur não será um carro para o Brasil babar, mas para ser aguardado ansiosamente.