TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO



Já se passaram praticamente vinte anos desde que o Audi TT, aquele simpático cupê arredondado, foi apresentado como conceito no Salão de Frankfurt de 1995. A sua versão definitiva só chegou ao mercado europeu no fim de 1998, para concorrer com Mercedes SLK e BMW Z3 (depois Z4). Agora ele já está na sua terceira geração, que acaba de chegar ao Brasil, um ano depois de apresentado em Genebra, onde lá estive. Apesar de ter evoluído em mecânica e tecnologia, seu estilo ainda tem traços do cupê original, embora menos arredondado.

Audi TT Concept 1995

Audi TT 1999
Audi TT 2006
Audi R8

Em dezessete anos passaram por ele uma ampla grade e faróis retangulares (na verdade, protetores dos canhões de luz) e outra frente com grade trapezoidal até o para-choque, com faróis angulosos. Ambas as frentes deram lugar a um novo conjunto frontal composto por faróis afilados, totalmente em LED (só na versão mais cara), e grade quase selada e em formato hexagonal, com os quatro anéis cravados no capô. A inspiração veio do superesportivo R8.



Já a lateral com o teto de caída suave e a traseira arredondada com lanternas horizontais vermelhas (agora em LED) e aerofólio retrátil (era fixo, mas hoje abre quando o carro está andando a 120 km/h) parecem ter passado inalterados, inclusive pela segunda geração, de 2006. Até o bocal do tanque de combustível com estilo de carro de corrida, presente desde a primeira geração, continua lá. Os dois escapamentos voltaram a ficar mais centralizados no para-choque traseiro. O comprimento, em comparação com a segunda geração, continua com 4,17m e a altura em 1,35m. Apesar de parecer mais largo por causa da nova frente, a largura caiu de 1,84 para 1,83m.


Audi TT 2006
Audi TT 1999


Mesmo com as medidas semelhantes a da geração anterior, a plataforma é inteiramente nova. É a modular MQB usada no Golf e no Audi A3. O primeiro TT também usava a plataforma da época do hatch médio da Volkswagen. O aço usado na nova plataforma e na nova carroceria é de alta resistência, o que reduziu o peso do carro em 50 kg, mais precisamente para 1.230 kg, melhorando o desempenho e diminuindo o consumo.


Audi TT 2006
Audi TT 1999

A principal atração do novo Audi TT está no interior. Não exatamente no acabamento de primeiríssima qualidade do painel horizontal com saídas de ar circulares lembrando turbinas, que integram o display do ar condicionado digital (quando equipado) e com revestimento em material emborrachado e couro Alcantara. Mas no quadro de instrumentos virtual.

Audi TT 2006

Audi TT 1999
Trata-se de uma tela colorida de 12,3 polegadas que incorpora os instrumentos tradicionais - como velocímetro e conta-giros, representando graficamente um layout analógico - e os mapas em 3D do navegador por GPS (este último opcional), além, claro, de outras informações do sistema multimídia, que pode ser operado por voz ou pela estranha escrita manual no touch pad no console central (opcional): estações de rádio, música que está tocando, telefone, modos de condução, entre outros. Por falar nos modos de condução, o novo TT pode ser ajustado para andar de forma confortável, dinâmica ou personalizada (também restrito à versão mais cara). O quadro de instrumentos futurista dispensa a tela multimídia no centro do painel, deixando-o mais limpo.



Apesar da distância entre-eixos ter aumentado 3,7 centímetros (passando para 2,50m) e do próprio espaço interno ter sido ampliado, o cupê esportivo ainda comporta apenas duas pessoas no banco de trás. O porta-malas tem capacidade para 305 litros.




O TT de terceira geração já está à venda no Brasil em duas versões de equipamentos e com apenas um motor: o 2.0 TFSI, que teve a potência aumentada para 230 cavalos. De quatro cilindros, o propulsor tem injeção mista (direta e indireta), além de ser turbinado. Tem torque máximo de 37,7 kgfm obtidos entre 1.600 e 4.300 rpm. A transmissão é automatizada S-Tronic de dupla embreagem e seis marchas, com borboletas no volante, e a tração é a tradicional integral Quattro. Com esse conjunto motriz a aceleração de 0 a 100 km/h não passa de 5.9 segundos, mas a velocidade é limitada a 250 km/h. O consumo de 9,9 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada recebeu classificação A no Inmetro. Muito bom para um carro feito para acelerar. 


Agora o momento estraga-prazer: a versão mais barata do novo TT é a Attraction, que custa R$ 209.990 e traz de série faróis bi-xenônio, ar-condicionado, quadro de instrumentos digital, bancos esportivos de couro com assentos dianteiros com ajustes elétricos e apoio lombar, controlador de velocidade, retrovisor interno eletro-crômico, pedais de alumínio, sensor de chuva, sensor crepuscular com acendimento automático dos faróis, sistema Start/Stop, volante revestido de couro com comandos multifuncionais de áudio e do computador de bordo, seletores de trocas manuais no volante, rodas de liga leve aro 18 montadas em pneus 245/40, airbags laterais e de cortina, alarme, sensor de estacionamento traseiro e som com Bluetooth. Opcionalmente podem ser agregados pintura metálica, perolizada e sistema de navegação por GPS (que custa R$ 11 mil).


A versão Ambition sai por R$ 229.990 reais, tem todos os itens do Attraction e acrescenta faróis full LED, rodas aro 19" polegadas montadas em pneus 245/35, sistema de som com GPS, ar-condicionado digital integrado às saídas de ar e sistema Audi Drive Select de seleção dos modos de condução (Comfort, Dynamic e Individual). Como opcionais, tem pintura metálica e perolizada, pacote 1 (sistema de acesso sem chave, partida por botão Start, sensor de estacionamento dianteiro e som de alta qualidade Bang and Olufsen). Este pacote também sai por R$ 11 mil. Há ainda o pacote esportivo S-Line, com pedaleiras cromadas, detalhes em fibra de carbono e suspensão mais baixa, que custa 8 mil reais.


Os preços (que são os mesmos da geração anterior) são competitivos até para fazer potenciais compradores do Chevrolet Camaro (que é mais caro, custando R$ 241.350) desviarem o caminho para uma concessionária Audi. O porém é que vários dos interessantes equipamentos aqui mencionados são restritos à versão mais completa ou é opcional. 

Entre o final e o início do próximo ano chegam a versão TT-S, com motor de 310 cavalos e a roadster. O suficiente para o espírito esportivo do Audi TT voltar a brilhar no Brasil, agora com o status de miniatura do R8. 

Pontos Fortes

+ Quadro de instrumentos virtual
+ Estilo
+ Acabamento
+ Motor
+ Consumo 
+ Mais barato que o Chevrolet Camaro

Pontos Fracos

- Muitos opcionais
- Equipamentos interessantes restritos à versão completa
- Espaço interno no banco traseiro


FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, 16 válvulas, transversal, gasolina, turbo, injeção direta e indireta, 1.984 cm³ 
Potência: 230 cv
Torque: 37.7 kgfm entre 1.600 e 4.300 rpm
Câmbio: Automatizado de dupla embreagem e seis marchas
Tração: integral Quattro com modos de condução Comfort, Dynamic e Individual (personalizável)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 5,9 segundos (fabricante)
Consumo: 9,9 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada (Inmetro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,17/1,83/1,35/2,50 m
Porta-malas: 305 litros
Tanque: 55 litros
Preços básicos: R$ 209.990 (Attraction) e R$ 229.990 (Ambition)