TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO


No texto de lançamento da atual geração do Outlander, em setembro de 2013, eu já dizia que a Mitsubishi ousou tanto no estilo que ele ficou careta demais. E parece que eu não fui o único insatisfeito com o novo visual do crossover japonês. A rejeição foi mundial.

Tanto que, menos de dois anos depois do seu lançamento no Brasil, o Outlander já está de cara nova para a linha 2016. Ok. No exterior a mudança obedeceu aos três anos necessários para o face-lift. Mas a Mitsubishi do Brasil tratou logo de trazer a reestilização, apresentada no Salão de Nova York, há apenas dois meses, que se limitou à frente e a traseira.

Outlander 2014

Aquela grade estreitíssima entre os faróis igualmente retos, com prolongamento na lateral em formato de bumerangue deu lugar a um conjunto, desta vez, agradavelmente arrojado e futurista, com grossos filetes cromados na grade, faróis com novo recorte e outro par de frisos cromados que nasce horizontalmente em cada farol e segue verticalmente até o para-choque, emoldurando também a entrada de ar e os faróis de neblina. A ideia da nova frente veio de dois conceitos (XR-PHEV e GC-PHEV) apresentados no Salão de Genebra do ano passado. O novo Outlander ficou com cara de samurai.






A traseira também mudou, mas o estilo ficou mais próximo do presente: as lanternas agora são vermelhas (eram prateadas) e ganharam uma extensão na tampa do porta-malas, bem na saliência sobre a placa que já havia no modelo anterior. O para-choque também é novo e as luzes de neblina agora são verticais. O friso cromado que ligava as lanternas agora forma um arco. O face-lift aumentou o comprimento em quatro centímetros (4,69m) e a largura em um centímetro (1,81m). A altura (1,68m) e a distância entre-eixos (2,67m) não mudaram.  


Outlander 2014

A lateral com vincos e janelas retangulares de cantos arredondados e o interior com acabamento emborrachado e revestimento em couro nas portas e bancos foram mantidos. Entretanto, a base das portas ganhou um acabamento prateado. 


Já o painel e portas ganharam apliques de imitação de madeira no lugar do alumínio e as versões V6 e Diesel agora podem ter revestimento dos bancos e portas em bege (quando a cor da carroceria for branca, marrom, preta ou azul). O volante é novo, mas o centro do painel continua com acabamento em preto brilhante.


Também permaneceram inalterados o amplo espaço interno e a capacidade do porta-malas. Com cinco passageiros (o mais usual) comporta 798 litros e deixando só os dois bancos da frente chega ao máximo de 1.625 litros. Com as três fileiras em uso, o crossover leva 292 litros. No 2.0 a capacidade vai de 829 a 1.681 litros.


Lá em cima acabei entregando a principal novidade do Outlander 2016 além do estilo: o motor turbodiesel 2.2 litros, de quatro cilindros, 16 válvulas com 165 cavalos de potência e 36,7 kgfm de torque, obtido entre 1.500 e 2.750 rpm. O câmbio é automático de seis marchas comum (por que não o CVT?) e a tração 4x4. A versão Diesel passa a ser top de linha do Mitsubishi.

O Outlander Diesel acelera de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos, retoma a velocidade entre 80 e 120 km/h em 8,3 segundos e alcança 190 km/h. A 120 km/h ele para a 63 metros e o ruído na mesma velocidade é de 65,1 decibéis e a 80 km/h de 57,9 dB. A revista Carro, dona desses dados, não conseguiu avaliar o consumo.


Os motores de quatro cilindros 2.0 a gasolina, com 160 cavalos e V6 3.0 de 240 cavalos continuam na linha, inclusive com a mesma potência. O GT também permanece com o pacote extra de equipamentos chamado Full Technology Pack. 

O 2.0 custa R$ 114.990 e tem rodas aro 18, câmbio CVT com no máximo seis marchas e aletas no volante. Já vem bem recheado de série: ar condicionado digital (de apenas uma zona), direção elétrica, sete airbags (dois frontais, dois laterais na frente, dois de cortina e de joelho para o motorista), bancos em couro aquecidos e o do motorista com regulagem elétrica, bancos traseiros reclináveis, comandos do áudio no volante, piloto automático, retrovisores elétricos com rebatimento, sensores de chuva e faróis e o novo sistema multimídia com TV, DVD, GPS, bússola e altímetro virtuais, CD, rádio, MP3 e Bluetooh, além de entradas para USB e mini cartão. A câmera de ré e o sensor de estacionamento traseiro são vendidos como acessórios.


O GT V6 básico custa R$ 141.990, tem câmbio automático convencional de seis marchas e acrescenta tração 4x4, com três modos de funcionamento (4x2, 4x4 por demanda e 4x4 bloqueado, com distribuição da tração entre os dois eixos) acionados eletricamente, bancos escamoteáveis no porta-malas, que aumenta a capacidade do crossover para sete lugares, deslizamento da segunda fileira, controle eletrônico de velocidade e de tração, hill assist e ar condicionado de duas zonas.


O GT Technology Pack adiciona controle de distância ao veículo da frente, frenagem automática em cidade, alerta de saída involuntária de faixa, faróis de LED, câmera de ré, acesso keyless e porta-malas com abertura e fechamento elétricos. O preço chega a R$ 151.990. 

O Diesel tem todos os equipamentos do GT Technology Pack, mas seu preço chega a R$ 173.990. A maior mancada é o freio de mão convencional em todas as versões, enquanto até compactos como Jeep Renegade e Honda HR-V têm freio de estacionamento elétrico. Vale lembrar que houve reajustes com a reestilização. O 2.0 estava custando aproximadamente R$ 110 mil e o GT V6 era vendido por R$ 136 mil. Em breve chegará a reestilização do híbrido PHEV, que ainda está sendo vendido com a frente antiga por R$ 198.900. 

Por enquanto, o Outlander está sendo importado direto de Mizushima, no Japão. Se a Mitsubishi conseguir vender mais que as esperadas 800 unidades por mês, as chances dela produzir o crossover em Catalão, em Goiás, são grandes. E esta nova frente, enfim acertada, pode dar um empurrãozinho. O problema é o preço. 

FICHA TÉCNICA

Motores: Quatro cilindros em linha, transversal, gasolina, 1.998 cm³, 16 válvulas (2.0)
Seis cilindros em V. transversal, gasolina, 2.998 cm³, 24 válvulas (V6 GT)
Quatro cilindros em linha, transversal. diesel, turbo e injeção direta, commonrail e intercooler, 2,268 cm³, 16 válvulas
Potência: 160 cv (2.0), 240 cv (V6) e 165 cv (Diesel)
Câmbio: CVT (2.0) e automático de 6 marchas (V6 GT e diesel)
Tração: 4x2 (2.0) e 4x4 com 3 modos (Eco, Auto e Lock - GT e diesel)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12 seg. (2.0) e 10 segundos (V6 GT) - Mitsubishi / 11,1 seg. (Diesel - Revista Carro)
Velocidade máxima: 190 (2.0 e Diesel) e 215 (V6) km/h - Mitsubishi
Consumo: 7,5 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada (Quatro Rodas para o V6)
Diesel não informado pela revista Carro
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,69/1,81/1,68/2,67m
Porta-malas: 829 litros (2.0) / 292/798/1.625 litros (V6 e Diesel com 7, 5 e 2 lugares respectivamente)
Tanque: 63 litros (2.0) e 60 litros (V6 e Diesel)
Preço: R$ 114.990 (2.0 4x2) / R$ 141.990 (GT V6 4x4) e R$ 151.990 (GT Full Technology) / R$ 173.990 (Diesel)
Cores: Branco Pearl, Preto Pearl, Marrom Quartz,  Prata Cool, Cinza Titanium, Azul Cosmic e Vermelho Orient. Com exceção das três primeiras, todas metálicas.