TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Texto atualizado em 20/10/2015


A eterna briga pela liderança do segmento de sedãs médios entre Civic e Corolla - que já é acirrada há mais de vinte anos, desde que os dois ainda eram importados - vai ficar mais ferrenha no ano que vem, quando a décima geração mundial do Honda chegar ao Brasil, dois anos depois do Toyota, o atual líder.

As linhas do novo Civic já são públicas desde a última quarta-feira, quando o modelo foi apresentado nos estúdios do You Tube, na Califórnia, Estados Unidos, e não no Salão de Frankfurt, na Alemanha. A Honda tem presença muito forte no mercado norte-americano.



Honda Civic 2015

Pela primeira vez em quase dez anos, o estilo rompe com a geração anterior. O comportado sedã japonês deu lugar a um arrojado cupê de quatro portas ou fastback (como o novo nome do Focus Sedan no Brasil), com teto caindo suave até a tampa do porta-malas mais curta. As lanternas traseiras mantêm o formato atual, mas as luzes de LED assumiram uma forma de C (ou o verdadeiro formato bumerangue), lembrando os modelos da Volvo. Apesar dos faróis, também com diodos emissores de luz, se integrarem ao desenho da máscara da grade, a dianteira foi a que menos me agradou. Ficou poluída. O desenho já havia sido antecipado no início do ano, em um conceito da versão cupê, que será lançada em breve. 



O interior ficou clássico e futurista ao mesmo tempo. O painel abandonou os dois níveis, mas o quadro de instrumentos continua moderno, agora tudo concentrado tradicionalmente atrás do volante, com o conta-giros no centro e no seu interior o velocímetro e tela do computador de bordo. Ao redor, os marcadores de combustível e temperatura.


Civic 2015

As saídas de ar (agora totalmente horizontais), a parte central (onde está o novo sistema multimídia, com os sistemas Apple Car e Android Auto, Google Maps e comando de voz Google Now) e o console ficaram inclinados e flutuantes.  Pena que o revestimento deste último - onde se localizam a alavanca do câmbio e os botões do freio eletrônico, do sistema Auto Hold e do sistema Econ - é de plástico (no HR-V é de couro) e o ar condicionado dual zone não seja touchscreen como o Fit (lá fora), o City e o HR-V. Os bancos, que podem ser aquecidos, são mais envolventes e o acabamento melhorou, passando a ter revestimento macio em todo o painel e portas almofadadas.

Com o aumento de dois centímetros no comprimento (agora 4,55m), quatro na largura (1,80m) e um na distância entre-eixos (2,70m), o espaço interno melhorou. Só a altura foi rebaixada para 1,40m, para reforçar o visual mais esportivo. Já o porta-malas continuará sendo a maior dor de cabeça do Civic. A sua capacidade caiu de 449 para 427 litros. 



Logicamente, o Civic evoluiu também em tecnologia de segurança, como o sistema Honda Sensing, que inclui detector de colisão com frenagem automática, aviso de saída de faixa de rolagem e controle automático de velocidade adaptativo, que acompanha a velocidade do carro da frente na rodovia. 

A plataforma também está mais rígida e com menos folga proporcionada pela nova tecnologia de soldagem, o que reduziu o peso em 30 quilos. O ruído foi reduzido com o vidro do para-brisa agora acústico, o compartimento do motor hermeticamente fechado e as portas com selamento triplo. 



Para o mercado norte-americano, haverá duas motorizações. As versões mais básicas LX e EX terão uma evolução do motor i-VTEC 2.0, que aqui no Brasil é flex e lá fora teve a potência aumentada para 158 cavalos, e o câmbio manual de seis marchas ou CVT (de série na EX). Já o novo 1.5 Earth Dreams, com turbo e injeção direta de combustível, de 174 cavalos, será exclusivo das versões EX-T, EX-L e a nova top Touring, que só terão uma transmissão CVT mais moderna que a das versões básicas. 

Se tudo der certo e a Honda não aderir a economia porca das montadoras que atuam no Brasil, o Civic X (dez em romano) chegará no final do ano que vem para substituir o modelo lançado em 2012 e levemente reestilizado no ano passado. A Toyota já pode começar a preparar o futuro Corolla.