TEXTO: GUSTAVO DO CARMO E AUTOESPORTE | FOTOS: DIVULGAÇÃO
 LOGO CARRO DO ANO: AUTOESPORTE


Nesta categoria de prêmios especiais, a revista Autoesporte voltou a escolher duas personalidades para o Hall da Fama (Chico Rosa e Márcio Piancastelli), escolheu um Executivo (Besaliel Botelho) que não representa uma marca de veículos e sim uma fabricante de autopeças (a Bosch), deu o título Verde a uma marca (Nissan) e não a um determinado modelo e escolheu não apenas o melhor site, como também a melhor ação digital do ano, incluindo Twitter, Facebook, Instagram e You Tube. E a vencedora também foi a marca japonesa. Já o comercial do ano foi mantido. O escolhido deste ano foi o Honda HR-V. 



Hall da Fama - Márcio Piancastelli (1936-2015)


Márcio Piancastelli é um dos homenageados no Hall da Fama do Carro do Ano 2016. O designer automotivo, nascido em Belo Horizonte em 1936, foi responsável por projetar alguns dos automóveis mais emblemáticos das décadas de 1960 e 1970, como o esportivo SP2 e o grande sucesso de vendas Volkswagen Brasília.

Márcio começou a desenhar seus primeiros automóveis em uma época em que as multinacionais traziam os projetos já prontos de fora. Em um concurso de design em 1962, ele tirou o segundo lugar e ganhou uma bolsa para estudar durante um ano no ateliê Ghia em Turim. Na volta, Piancastelli deu início a sua trajetória profissional. O designer passou por empresas como DKW e Willys-Overland, até chegar à Volkswagen, onde atuou até 1992.

Em 1972, a mecânica do Fusca ganhou uma nova cara "Graças a Piancastelli, a velha mecânica do besouro ganhou roupa nova. Os para-lamas rechonchudos e os pré-históricos estribos sumiram, incorporando espaço a uma carroceria de linhas retas, num conceito de carro pequeno por fora e grande por dentro que vinha do inglês Mini", escreveu o jornal O Globo sobre o trabalho de Piancastelli, em junho, mês em que o designer faleceu.

O prêmio Hall da Fama foi recebido por Alessandra Iha Piancastelli e Marcello Loés, filha e genro do homenageado. (Texto: Autoesporte)


Hall da Fama - Chico Rosa


Chico Rosa é engenheiro, tem 73 anos e por 40 anos foi administrador e, nos últimos nove anos, assessor do Autódromo de Interlagos, em São Paulo, cargo do qual ele foi dispensado em setembro. 

Começou a trabalhar no autódromo em 1975. Entusiasta das corridas desde garoto, ele entrou pela primeira vez no autódromo aos 16 anos, guiado pelas mãos de Ciro Cayres, um vizinho que já era piloto conhecido no circuito. O ano era 1958. A partir daí, Chico passou a acompanhar de perto a trajetória de nomes como Celso Lara Barberis e Fritz d’Orey. Mais tarde, participou ativamente da carreira de José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi, de quem foi assessor nos primeiros anos em que o piloto estava no exterior. Foi também Chico quem apresentou Nelson Piquet à Bernie Ecclestone, o então dono da equipe Brabham na Fórmula 1.

Como administrador de Interlagos, esteve à frente de diversas ações e mudanças no circuito. A maior delas ocorreu em 1989, quando São Paulo voltou a sediar o Grande Prêmio do Brasil depois de as competições terem sido transferidas para a pista de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. (Nota do editor: a mudança colaborou para o sucateamento e a posterior extinção do nosso autódromo fluminense, não por culpa de Chico, mas pelo descaso das autoridades cariocas e fluminenses e da Confederação Brasileira de Automobilismo, além do lobby da (ex-)carioca Rede Globo, por querer promover São Paulo para ganhar audiência e verba publicitária)

Por conta de sua atuação, Chico Rosa é conhecido como "prefeito do Autódromo de Interlagos". (Texto: Autoesporte)




Executivo do Ano - Besaliel Botelho (Robert Bosch)

Após seis anos, o Executivo do Ano da Autoesporte é um representante da indústria de autopeças, no caso o presidente da Robert Bosch América Latina, Besaliel Botelho.

A escolha do executivo do ano levou como principais critérios o sucesso comercial conquistado, o trabalho de imagem de marca, o bom relacionamento com a mídia e a capacidade de liderança e inovação. Botelho, que está no cargo de presidência desde 2011, atua no grupo há 30 anos.

Uma de suas grandes lideranças foi sobre uma equipe que desenvolveu o sistema de partida a frio, que elimina o tanque auxiliar de gasolina, utilizado para as partidas em dias frios nos carros bicombustíveis. O projeto conseguiu, além de reduzir a emissão de poluentes e garantir maior conforto ao usuário, viabilizar um veículo capaz de operar em todas as condições com 100% de etanol.

Por ser um combustível renovável, os modelos que funcionam nestas condições acabam sem ter a necessidade de reabastecimento do antigo reservatório de gasolina, o conhecido “tanquinho”. (Texto: Autoesporte)

Outros Executivos:

2016 - Besaliel Botelho

Marca Verde do Ano - Nissan 


Outra quebra de tradição foi na premiação do troféu Verde do Ano, que deixou de ir para um determinado modelo para ser entregue inteiramente à marca. No caso, a Nissan. 

O título é entregue a empresas que desenvolveram novas tecnologias, com o intuito de preservar a natureza. Os critérios levados em consideração pela equipe de Autoesporte para eleger a Marca Verde do Ano são: comprometimento com o meio ambiente, iniciativas de sustentabilidade e compromisso com o aumento da economia de combustível de seus carros. Também faz parte da avaliação o desempenho no Nota Verde, um sistema desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com o objetivo de classificar os carros vendidos no país e acordo com a emissão de poluentes.

A estrutura da fábrica da Nissan em Resende (RJ) contribuiu para o prêmio. O local, que tem capacidade de produção de até 200 mil carros e 200 mil motores por ano, conta com prédios com ampla ventilação e iluminação naturais. Já os resíduos descartados durante a produção são tratados para minimizar o impacto no meio ambiente, enquanto a água passa por um sistema de reutilização, para evitar o desperdício.

Também pesou na decisão o cinturão verde que contorna a área da fábrica da Nissan, onde a empresa promoveu o replantio de algumas espécies do bioma local. Além disso, a representação da empresa no Brasil é responsável por uma unidade de conservação ambiental na Lagoa da Turfeira, que fica próxima à linha de produção. O local abriga mais de 150 espécies de aves.

Por fim, os modelos New March e New Versa, produzidos na fábrica do Rio de Janeiro, estão inscritos no Programa de Etiquetagem Veicular, do Inmetro. Tanto o hatch quanto o sedã conquistaram nota A, entregue aos carros que consomem menos combustível nos testes oficiais.

Do segundo parágrafo até o anterior, o texto foi da revista Autoesporte, com uma pequena edição para evitar repetição. Mas a partir daqui faço um comentário: que no ano que vem, com a redução do imposto de importação para carros híbridos e elétricos, um modelo do gênero volte a ser premiado. O único que conseguiu este título foi o Ford Fusion Hybrid, em 2013, com a carroceria antiga ainda. A maior vencedora é a Volkswagen, que ganhou com três modelos bem simples. 

Outros vencedores:

2016 - Nissan

Marca Digital do Ano - Nissan


O prêmio que até o ano passado era dado apenas ao melhor site de cada montadora, se tornou mais abrangente na internet e passou a considerar também as redes sociais como o Twitter, Facebook, Instagram e o You Tube.

A Nissan se destacou pelo canal deste último que dá dicas de manutenção e economia, além de uma parceria com o jornalista Além disso, a marca criou uma parceria com o canal Manual do Mundo, do jornalista Iberê Thenório, que tem mais de 4 milhões de assinantes, para explicar o funcionamento de seu motor 1.0 três cilindros, o que rendeu cerca de 1,4 milhões de visualizações no canal da marca.

Outro destaque foi o projeto Rota da Tocha, que conta histórias de brasileiros que moram nas cidades por onde vai passar a tocha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A Nissan é a patrocinadora do evento. 

O prêmio de Marca Digital do Ano é decidido por um juri de especialistas da área digital, formado por Alberto Cataldi, editor multiplataforma da Autoesporte, Giulia Pagliarini, repórter de Autoesporte, Valter Bicudo, gerente de criação da Editora Globo, Silvia Baliero, gerente de estratégia de conteúdo da Editora Globo e Ranata Simões, diretora de negócios digitais da Editora Globo.

Os critérios avaliados nesta categoria foram: presença digital da marca, atuação nas redes sociais mais consolidades (Facebook, Twitter e Instagram), produção de vídeos (YouTube como referência), nível de informação, prestação de serviço, interação com o consumidor e a capacidade de criar ações que envolvam o engajamento do público em geral. (Texto editado: Autoesporte)

Em sete anos, a Nissan é apenas a quarta marca a vencer nesta categoria criada em 2009 (para 2010). A maior vencedora é a Fiat e a Citroën ganhou duas vezes. 

Outros vencedores:

2016 - Nissan
2014 - Fiat
2013 - Fiat
2010 - Mio Fiat

Publicidade do Ano - Honda HR-V 


Se perdeu o título de Carro do Ano 2016 para o arquirrival Jeep Renegade, o crossover compacto Honda HR-V ganhou um prêmio de consolação: o de melhor Publicidade do Ano.

O filme, produzido pela agência F/Nazca, em que o HR-V desfila e mostra os seus atributos no meio da Revolução Francesa, convidando o público a fazer uma revolução na sua garagem, foi escolhido o melhor comercial exibido em TV a cabo e aberta em 2015. 

Uma crítica vai para o fato de que, em sete anos de premiação, só a Fiat e a Honda terem vencido esta categoria. A marca italiana venceu os demais anos, com exceção de 2012/2013, quando o radarzinho de trânsito que perseguia o antigo Honda City conquistou os jurados. 

A marca italiana também estava entre os finalistas com o comercial do ciclista dono do Punto 2015. Assim como o arquirrival Renegade, com o institucional Fazer História (ou Make History), aquele que aparece a bela mulher sugerindo tomar banho nua; o do Ford Fastback, com o ator Gerard Butler e as belas pilotos de testes Michelle de Jesus e a colombiana Manuela Vasquez. Completa a lista de finalistas o gado do fazendeiro vigiado pelo drone da picape Chevrolet S10 High Country (Evoluindo Tradições).

FICHA TÉCNICA

AGÊNCIA: F/Nazca Saatchi & Saatchi
CLIENTE: Honda Automóveis
PRODUTO: Honda HR-V
TÍTULO: “Revoluções”
1a VEICULAÇÃO: 10/04/2015
DIREÇÃO GERAL DE CRIAÇÃO: Fabio Fernandes | Eduardo Lima
DIREÇÃO DE CRIAÇÃO: Rodrigo Castellari | Theo Rocha
CRIAÇÃO: Eduardo Lima | Rodrigo Castellari | Theo Rocha | Toni Fernandes | Leandro Claret
ATENDIMENTO: Marcello Penna | Marco Piza | Deborah Lia | Valéria Coutinho | Beatriz Altafini
MÍDIA: Fabio Freitas | Mauricio Almeida | Luana Gallizzi | Vanessa Higueiras | Henrique Fogaça | Gabriela Guedes | Luiz Fernando
PLANEJAMENTO: José Porto | Guilherme Pasculli | Douglas Nogueira
RTV: Victor Alloza | Renato Chabuh | Fernanda Sousa | Maira Massullo | Rafael Paes
PRODUTORA DO FILME: Killers
DIREÇÃO DE CENA: Claudio Borrelli
DIREÇÃO DE ARTE CENA: Paulo Ribeiro
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Ted Abel
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Julia Tavares
PÓS PRODUÇÃO/FINALIZAÇÃO: Casablanca
PRODUTORA DE SOM: Tentáculo Áudio
MAESTRO: Tentáculo Áudio 
ATENDIMENTO: Dani Scalice, Lígia Grammont e Luisa Paiva
GERENTE DE PROJETOS: Aline Veríssimo | Junior Souza | Marcelo Silva | Patrizia Fiorentino
TECNOLOGIA: Jota Russo / Ariadne Gomes / Marcelo Arteiro
UX: Ricardo Grego
PRODUTORA DO SITE: Slikland Creative Development
PRODUTORA DE ÁUDIO DO SITE: Satélite Áudio
CONTEÚDO: Renato Pazikas
ART BUYER: Edna Bombini
FOTOGRAFIA: Rafael Costa
ILUSTRAÇÕES EM 3D: Big Studio e Boreal
PRODUÇÃO GRÁFICA: Jomar Farias / Leandro Ferreira / Guilherme Gaggl
APROVAÇÃO CLIENTE: Roberto Akiyama | Tiago Mendes | Wellington Queiroz | Rodrigo Mejias | Wellinton Ribeiro

Outros vencedores:

2016 - Honda HR-V