TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


As minivans foram objeto de desejo entre o final dos anos 90 e boa parte da década passada. A moda motivou Renault (Scénic). Citroën (Xsara Picasso), Chevrolet (Zafira e Meriva) e Nissan (Livina) a investirem no segmento.

Mas os anos se passaram. A imponência visual no trânsito urbano dos SUVs prevaleceu e outras marcas migraram para esta nova tendência, que também "matou" as peruas. A Citroën, embora tenha lançado o aventureiro C3 Picasso, continua remando contra a maré e lançou a segunda geração do C4 Picasso no Brasil, em duas versões de carroceria (curta e Grand) e acabamento (Seduction e Intensive). 
Xsara Picasso

Esqueça o velho Xsara Picasso, nacional, que tinha linhas arredondadas, era menor e de aparência mais simples. O novo C4 Picasso, importado da Espanha, está mais próximo do luxo, conforto e espaço interno da geração anterior. E com linhas retas. Mas isso não quer dizer que ele não tenha evoluído.

Para início de conversa, a plataforma EMP2 (Efficient Modular Platform 2) é inteiramente nova. Também é usada no hatch 308 da Peugeot, que está enrolando para importá-lo para o Brasil. O estilo está mais moderno e ainda mais parecido com as pinturas do artista que lhe dá nome.

Na frente se destacam os faróis separados das luzes de LED e do emblema. Estes juntos num nível superior. Os faróis no para-choque. O estranho recurso estético já é usado no Jeep Cherokee e na picape Fiat Toro, que só chega ao mercado no ano que vem.



As versões curta, de cinco lugares, e Grand, de sete, se diferenciam visualmente em todos os ângulos. O Picasso comum é o que tem estilo mais cubista. Na frente, o friso cromado do emblema se estende pela parte superior das luzes diurnas, mas no chevron inferior fica só na grade. A entrada de ar no para-choque é maior e os faróis são mais retos. Na lateral, a coluna D bastante inclinada, moldura das janelas e a terceira coluna pintadas de prata se destacando, formando um C, deixando o quarto vidro isolado. As lanternas horizontais, ao contrário do que acontece em vários modelos, estão totalmente concentradas na tampa do porta-malas, mesmo invadindo a lateral. Elas sobem junto com a tampa quando são abertas. Seus refletores são em LED e têm efeito 3D, mas são restritas à versão top Intensive.



Já o Grand C4 Picasso tem um estilo mais reto, próximo ao da anterior geração, com as colunas mais verticais. O friso cromado do emblema envolve as luzes de LED em cima e embaixo, os faróis no para-choque são mais pontudos e a grade é menor. A moldura cinza das janelas está na última coluna e se integra com o bagageiro do teto. Já as lanternas traseiras têm formato de garras.



O interior, igual em ambas, mantém o estilo horizontal e o quadro de instrumentos centralizado. Este também permanece digital. Aliás, na versão top Intensive, ele se transformou numa tela de 12 polegadas com alta definição e configurador que pode torná-lo virtualmente analógico ou digital das antigas, além de incluir papel de parede e mapas do navegador. Há outra tela multimídia, de sete polegadas, mais abaixo, onde estão os controles do ar condicionado, do som, telefonia e repetição do GPS. O monovolume dispõe de vários porta-objetos. O acabamento agrada bastante e o painel tem revestimento emborrachado. Uma novidade é o apoio para os pés com ajuste elétrico no banco do carona, que é opcional até mesmo na Intensive.



Apesar da redução do comprimento em quatro centímetros (agora tem 4,43m), a distância entre-eixos aumentou quase seis centímetros (2,79m), melhorando bastante o espaço interno. O Grand C4 só está sete milímetros maior, mas a distância entre-eixos pulou onze centímetros (de 2,73 para 2,84m). A sensação é reforçada pelo piso plano e o teto envidraçado, opcional. Os bancos traseiros são individuais e rebatíveis.


Se o primeiro Xsara Picasso tinha o carrinho de feira destacável no porta-malas, este novo C4 tem uma lanterna no bagageiro que agora comporta 537 litros na versão cinco lugares, mas apenas 130 litros no Grand. 

Todos os C4 Picasso usam o já banalizado motor 1.6 THP, mas ainda movido apenas a gasolina, com 165 cavalos. Os flex usados no C4 Lounge têm entre 166 e 173 cv. O câmbio é automático de seis marchas, com a alavanca e borboletas na coluna de direção.Segundo a Quatro Rodas, acelera de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 6,5 segundos, tem consumo de 10,5 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada, frenagem de 80 a 0 km/h em 26,5 metros e ruído de 60,6 a mesma velocidade. Ele supera o Honda CR-V em todas as provas, exceto na frenagem, ma qual empatou.



A versão Seduction custa R$ 110.900 e já traz de série seis airbags, central multimídia sensível ao toque de 7 polegadas, com MP3, Bluetooth, USB, entrada auxiliar, volante revestido em couro e com comandos, sensor de estacionamento traseiro, retrovisores externos elétricos, freio de estacionamento elétrico com assistente de partida em rampa, controle de estabilidade (ESP) e tração (ASR), fixadores Isofix para cadeiras infantis, cortinas e espelho convexo para banco traseiro, bancos traseiros individuais, rodas de liga leve de 17 polegadas, faróis de neblina, limpador do para-brisa automático com detector de chuva, ar-condicionado automático digital com duas zonas de climatização e monitor de pressão dos pneus.


A Intensive sai por R$ 117.900 e adiciona tela de 12 polegadas com GPS e câmera de ré, lanternas de LED com efeito 3D, alarme, abertura e travamento das portas “mãos livres”, duas entradas USB, alarme volumétrico e periférico, vidros traseiros pigmentados, friso lateral cromado e sistema Smart Key. A Grand C4 Picasso tem as mesmas versões com os respectivos equipamentos, mas custa R$ 120.900 e R$ 127.900.

Bancos de couro com regulagens elétricas, aquecimento e massagem, faróis bi-xênon, abertura e fechamento elétricos do porta-malas e um pacote, com sistema de estacionamento automático, monitoramento de pontos cegos com alertas nos retrovisores, sensores de obstáculos dianteiro e 4 câmeras, que dão visão em 360° do veículo são opcionais.

A Volkswagen, com a Golf Variant, e agora a Citroên, com o C4 Picasso, vão fazendo a parte delas para que peruas e monovolumes continuem convivendo pacificamente com os SUVs, como deve ser.

Pontos Fortes 

+ Acabamento
+ Espaço interno
+ Consumo

Pontos Fracos 

- Equipamentos interessantes só na versão mais cara
- Porta-malas do Grand C4 Picasso

FICHA TÉCNICA - C4 PICASSO

Origem: Vigo, Espanha
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, 16 válvulas, turbo e injeção direta de gasolina, 1.598 cm³
Potência: 165 cavalos
Torque: 24,5 kgfm de 1.400 rpm
Câmbio: automático de seis marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,7 segundos (revista Quatro Rodas)
Retomada de 80 a 120 km/h: 6,5 segundos (Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 210 km/h (fabricante)
Consumo: 10,5 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Frenagem 80-0 km/h: 26,5 metros (Quatro Rodas)
Nível de ruído a 80 km/h: 60,6 decibéis (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,43/1,83/1,63/2,79 m
Porta-malas: 537 litros 
Tanque de combustível: 57 litros
Preços: R$ 110.900 (Seduction) / R$ 117.900 (Intensive)
Cores: Sólidas: Blanc Banquise (branco), Noir Onyx (preto) / Metálicas: Rouge Rubi (vermelho), Gris Aluminium (prata) e Gris Shark (cinza).


FICHA TÉCNICA - GRAND C4 PICASSO

Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,43/1,83/1,63/2,79 m
Porta-malas: 130 litros 
Tanque de combustível: 57 litros
Preços: R$ 120.900 (Seduction) / R$ 117.900 (Intensive)
Cores: Sólidas: Blanc Banquise (branco), Noir Onyx (preto) / Metálicas: Rouge Rubi (vermelho), Gris Aluminium (prata) e Gris Shark (cinza).