TEXTO: GUSTAVO DO CARMO, BASEADO EM INFORMAÇÕES DO BESTCARS WEBSITE E AUTOESPORTE

A Toyota Hilux só se tornou conhecida no Brasil apenas em 1992, quando a picape desembarcou importada diretamente do Japão já na sua quinta geração. Mas a sua história começa em 1968, quando uma picape de aparência simples (bancos em vinil), mas valente e com nome pretensioso, uma abreviação em inglês de alto luxo - High Luxury: Hilux -, substituiu a Stout, batizada originalmente de RK e que também foi vendida até nos Estados Unidos.

A antecessora Stout

1a Geração (1968-1971)


A primeira Hilux tinha carroceria sobre chassi, 4,21m de comprimento e o mesmo motor 2R 1.5 de 74 cavalos da antecessora Stout. O câmbio tinha quatro marchas. A fabricação ficou por conta da Hino Motors, uma fabricante de caminhões e ônibus, comprada dois anos antes pela Toyota. 


Foi exportada para os Estados Unidos com motor um 1.9 de 85 cavalos, da série 3R. Em 1970, para os norte-americanos, o 1.9 dava lugar a um 1.8 (8RC), mais moderno, com comando no cabeçote e 97 cavalos. No ano seguinte, no Japão, o motor 1.5 dava lugar a um 1.6 de 90 cavalos. Em 1972 era lançado nos Estados Unidos o motor 18RC, com 2.0 litros e 108 cavalos. Os concorrentes neste mercado eram a Chevrolet Luv (de origem Isuzu), Ford Courier (Mazda), o próprio Mazda B 1600) e o Datsun PL620, da Nissan.



2a Geração (1972-1978)


A segunda geração, com 4,27m de comprimento, foi lançada em 1972 e trazia bancos individuais com encosto de cabeça. No mesmo a ano, veio uma versão mais longa, com 4,68m e 2,30m de comprimento só para a caçamba. Os motores foram mantidos: 1.6 no Japão e 2.0 nos Estados Unidos. A versão Highway 2.0 oferecia opção de câmbio automático de três marchas.

Mas em 1975 o motor 20R 2.2 substituiu o 2.0, mas perdeu potência para atender aos novos limites norte-americanos de emissão de poluentes. Caiu para 96 cavalos. Em compensação ficou famoso pela resistência e longevidade, mesmo com pouca manutenção. O câmbio passou a ter cinco marchas. No ano seguinte, o nome Hilux deixou de ser utilizado nos Estados Unidos. Lá, passou a ser conhecido apenas como Toyota Pick-Up. Em 1977, no Japão, a Hilux adotou o antigo motor 2.0 de 108 cavalos do mercado norte-americano.



Nos Estados Unidos, em 1978, era lançada a versão esportiva SR-5 (Sport Rallye 5-Speed). O cinco fazia alusão ao câmbio de cinco marchas. Tinha rodas cromadas largas e interior com bancos individuais de encosto alto, vidros verdes, rádio, piso acarpetado e opções de direção assistida e volante ajustável em altura. A Hilux começava a fazer jus ao nome. 


3a Geração (1978-1983)


A terceira geração, apresentada em 1978, marcou a estreia da tração 4x4 e da opção de câmbio automático (quatro marchas). O motor 20R 2.2 foi mantido. Também entram em cena, em 1981, as cabines estendida (Xtra Cab) e dupla. A primeira para aumentar o espaço para bagagens e dupla para transportar mais três passageiros com conforto e segurança. Mais tarde surgiu a versão com caçamba fechada Trekker, que deu origem à Surf, ao 4Runner e SW4. 



Ainda em 1981, chegaram os motores 22R 2.4 de 97 cavalos e 2.2 a diesel, aspirado, de 62 cavalos. Este último exclusivo da nova versão SR5 com caçamba longa. 

Em 1982, foi lançada nos Estados Unidos a série especial Mojave, com para-choques cromados e opções de ar condicionado e controlador de velocidade. Naquele país já possuía 14 diferentes versões.

4a Geração (1983-1988)


Na quarta geração, apresentada em novembro de 1983, as medidas já estavam em 4,43m de comprimento e 2,61m de entre-eixos para a cabine simples e caçamba curta; 4,73m e 2,84m com caçamba longa; 4,96m e 3,08m para a cabine estendida. O utilitário fechado foi o Surf ou 4Runner em alguns mercados, ainda com duas portas.


Em 1984, foram adotados novos motores com injeção eletrônica de gasolina (22RE de 116 cv) e turbo (22RTE, com 135 cv). O diesel também ganhou opção turbo e passou a 2.4 de capacidade cúbica.(2L e 2LT). O aspirado rendia 83 cv e o turbo 92 cv. Mas este motor saiu de produção já em 1986. A tração 4x4 tinha controle eletrônico quando equipado com câmbio automático. O motor turbo a gasolina dava lugar a um V6 3.0 de 150 cavalos (3VZE) em 1988, último ano desta quarta geração. 



5a Geração (1989-2004)


A quinta geração, de 1989, mais parecia um face-lift. A distância entre-eixos das versões de caçamba longa aumentava para 3,10.m. Os motores continuavam os mesmos: 2.4 a gasolina com carburador (102 cv) ou com injeção eletrônica (116 cv) e V6 3.0 (150 cv). Nesta os freios traseiros tinham ABS. 

A tração traseira ou 4x4 e o câmbio podia ser manual ou automático. Fora dos Estados Unidos haviam os motores a gasolina 1.8 de 79 cv e a diesel 2.5 (83 cv) e 2.8 (88 cv). O comando eletrônico de tração passava a ser oferecido em todas as versões 4x4, sendo de série na V6. 


Na Alemanha, a Toyota permitiu que a Volkswagen colocasse o seu emblema na grade e rebatizasse a Hilux de Taro. A ancestral da Amarok durou até 1997.


Em 1992, a Hilux chegava ao Brasil nas versões cabine simples e cabine dupla de quatro portas, tração traseira ou 4x4. A 4x2 tinha motor diesel 2.5 e a 4x4 o 2.8. Suas primeiras concorrentes por aqui eram a Mazda B2500, a Nissan Pick-up e a Mitsubishi L200. Ford Ranger e Chevrolet S10 só a partir de 1994/1995. As opções destas duas marcas na época eram as grandalhonas F1000 e A/C/D20, respectivamente. 


Também veio o utilitário baseado na Hilux, a 4Runner, logo rebatizada de SW4, este com motor V6 3.0 de 170 cavalos e o 2.8 diesel de 77 cavalos. 

A partir de 1997, a Hilux vendida no país passou a ser importada de Zárate, na Argentina. Manteve as opções de carroceria. As versões passaram a se chamar básica, DLX e SR5. Mas perdeu o motor 2.5, ficando apenas o 2.8 diesel de 77 cavalos e a tração 4x4, sem controle automático de roda livre.


Em 2001, a Hilux fabricada na Argentina e vendida aqui ganhou um face-lift exclusivo para os nossos mercados: moldura cromada da grade que a deixava com formato trapezoidal e aletas verticais. 

A tração 4x2 voltava ao mercado com a mesma altura de rodagem da 4x4. Os motores turbodiesel 2.8 passavam a ter injeção direta e 116 cv. O diesel aspirado aumentava para 3.0 e rendia 90 cv. O motor a gasolina era oferecido pela primeira vez por aqui: um quatro cilindros 2.7 16v de 142 cv. 

As versões de cabine, tração, motores e equipamento (básico, SR ou SRV) rendiam 12 combinações. A picape também ganhava roda livre automática, freios ABS nas quatro rodas e opção de airbags frontais.


6a Geração (2005-2015)


Em 2005, já chegando a 5,25m de comprimento na cabine dupla, a Hilux foi totalmente reestilizada, assumindo linhas de contornos arredondados que inspiraram muitas marcas concorrentes, como a Chevrolet S10 e a Ford Ranger. 


Em uma agilidade já rara na época, chegou rapidamente ao Brasil. Continuou sendo fabricada na Argentina nas carrocerias de cabine simples e dupla, tração 4x2 ou 4x4, acabamento (básico, SR e SRV) e motores turbodiesel 2.5 de 102 cavalos e 3.0 de 163 cv, ambos com injeção eletrônica de duto único, mas só o 3.0 com resfriador de ar. 

Somadas todas essas versões dava um total de 10 combinações. Ganhou dois títulos consecutivos de Picape do Ano da revista Autoesporte (2006 e 2007). No final do ano foi lançada Hilux SW4.


A linha 2009 da Hilux e da SW4 trazia um face-lift na grade, novos equipamentos como ar condicionado digital, revestimento dos bancos em couro, computador de bordo, instrumentos com iluminação especial e suspensão recalibrada e a volta do motor a gasolina: um 2.7 quatro cilindros e 16 válvulas de 158 cavalos. Foi oferecido somente com cabine dupla e tração 4x2. Somente na linha 2010, este motor ganhou opção de câmbio automático.



Em 2011, a Hilux ganhou nova reestilização frontal, passando a ser vendida somente com cabine dupla e tração 4x4. Foi lançada a nova versão SRV Top.
Em fevereiro do ano seguinte, o motor a gasolina 2.7 16v passa a ser flex, com 158 cv com gasolina e 163 cv com álcool. No mesmo ano, o motor turbodiesel 3.0 passa a atender normas do Proncove L6 e a usar diesel S50. A potência subiu para 171 cavalos. O câmbio automático passa a ter cinco marchas. O 2.5 turbodiesel sai de linha.

Em 2013, a versão Standard Flex passa a ter câmbio automático e tração 4x4. Versão SRV Top passa a vir equipada com sistema multimídia com GPS, TV digital e leitor de DVD. O painel ganha nova tonalidade de acabamento. No ano passado foi lançada a série especial Limited, baseada na SRV, com apenas 3 mil unidades.




7a Geração (2015)


Neste ano que está no fim é lançada a sétima geração com linhas retas, mas modernizadas. O interior é muito semelhante ao sedã Corolla e o conforto de rodagem está próximo de um carro de passeio. O novo modelo está chegando ao Brasil agora em dezembro, com motor 2.8 turbodiesel de 177 cv, nas cabines simples, dupla e simples diretamente sobre o chassi (para instalação de caçamba de madeira ou baú). As versões são a Standard, SR, SRV e SRX. Em janeiro chega a SW4.