TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


Pouco mais de seis meses depois de ser apresentado mundialmente, o Mini Clubman, carroceria "perua" da nova geração do Cooper, já está à venda no Brasil, em apenas uma versão (a Cooper S) e com motor 2.0 turbo. A versão com o tricilíndrico 1.5 chega em breve. 

O Clubman começa custando salgados R$ 179.950 e, obviamente, vai disputar um segmento de luxo com Land Rover Evoque (R$ 281 mil), Mercedes GLA (R$ 136.900) e Audi Q3 (R$ 176.990). Ele ultrapassa em preço e tamanho o Mini Countryman, ainda da geração antiga, que é fabricado em Santa Catarina e será reposicionado entre o hatch de quatro portas e o Clubman. 



Para justificar um preço tão alto, ele vem equipado com ar-condicionado digital de duas zonas, freio de estacionamento elétrico, seis airbags, controles de tração e estabilidade, 3 modos de direção, bancos de couro, e dianteiros com ajustes elétricos e memória (para o motorista), teto solar panorâmico, central multimídia com GPS e HD interno de 20 Gb (que através do iPhone fornece informações sobre se o combustível no tanque é suficiente para chegar ao destino, os postos de combustível na rota, previsão de chegada, condições climáticas, reconhecimento da rota preferida do motorista, auxílio ao encontrar um estacionamento), sistema de som Harman/Kardon, rodas de 18 polegadas, faróis de LED, abertura do porta-malas automática com movimento das pernas, head up display (com informações como velocidade, rotas de navegação, agenda, controle de cruzeiro dinâmico, alertas, entre outros em um visor sobre o velocímetro) e acesso e partida sem a necessidade de chaves nas mãos. Mas a Mini não perdeu a oportunidade de ganhar um dinheiro extra e só oferece câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e assistente de estacionamento como opcionais em um pacote de R$ 4 mil. O futuro dono pode personalizar o carro entre dez cores de carroceria, quatro de teto, quatro de revestimento interno e duas de rodas. Além da superfície lateral das portas iluminada, há a projeção do logotipo da Mini no chão quando elas são destravadas.  


O novo Mini Clubman tem a mesma frente do hatch. O estilo lateral também é muito parecido com a versão de quatro portas, que chegou no ano passado. Aliás, a perua passa adotar as duas portas laterais posteriores de abertura convencional. O antigo Clubman tinha apenas uma porta suicida no lado do carona. Mas para manter o charme da versão utilitária as portas traseiras continuam bipartidas na vertical. E podem ser abertas apenas passando o pé embaixo do para-choque. As lanternas agora são horizontais e com efeito tridimensional. 



O interior também segue o estilo de toda a linha, com o painel central circular, onde agora está a tela de 8,8 polegadas do sistema multimídia. Mas há uma leve diferença no friso de junção com a parte inferior, saídas de ar e painel das portas. O velocímetro, também redondo, passou para cima da coluna de direção.



O Clubman tem 4,25m de comprimento, 1,80m de largura e 1,44 de altura, fazendo dele o maior de todos os Mini. Apesar de compartilhar a plataforma com o hatch e os BMW Série 2 Active Tourer e X1, a distância entre-eixos cresceu em relação ao hatch de quatro portas: 2,56m para 2,67m. Este tem 3,98m de comprimento. O de duas portas tem 3,82m e 2,49m de entre-eixos. Isso foi possível porque a base é modular. 



Mesmo assim, o espaço para as pernas continua um pouco apertado. O do meio ainda sofre com o túnel, mesmo com a tração sendo dianteira. Embora seja pequeno para uma perua, a capacidade do porta-malas cresceu de 278 para 360 litros, podendo chegar a 1.250 litros com os bancos rebatidos.



O motor 2.0 turbo tem 192 cavalos de potência e 28,5 kgfm de torque. O câmbio é automático de oito marchas, com trocas sequenciais atrás do volante ou na alavanca. O comportamento do trem de força, suspensão e da direção pode ser ajustado através de um seletor no console em três modos: Mid, Green e Sport. O aro no centro do painel é iluminado de acordo com o modo de direção escolhido. Como no hatch, a sensação de dirigir do Clubman é semelhante a um kart de corrida.


O conjunto mecânico permite uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, segundo a revista Quatro Rodas, e a velocidade máxima pode chegar a 228 km/h, de acordo com o fabricante. O consumo também é muito bom: 11,1 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada, de acordo com a Quatro Rodas, que ainda registrou 28 metros na frenagem a partir de 80 km/h.


O novo Mini Clubman é a atualização em estilo e equipamentos de uma releitura que já nasceu chique e cara de um clássico utilitário da década de 1960.


Pontos Fortes 

+ Estilo
+ Acabamento
+ Motor
+ Desempenho
+ Consumo


Pontos Fracos

- Porta-malas
- Preço
- Cobrança de opcionais para um carro que já é caro


FICHA TÉCNICA

Quatro cilindros em linha, transversal, turbo e injeção direta de gasolina, 1.998 cm³, 16 válvulas 
Potência: 192 cv
Torque: 28,5 kgfm a 1.250 rpm
Câmbio: automático de oito marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,4 segundos (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 228 km/h (fabricante)
Consumo: 11,1 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,25/1,80/1,44/2,67m
Porta-malas: 360 litros
Tanque: 48 litros
Preço: R$ 179.950