TEXTO E MEDIÇÕES: MÁRIO COUTINHO LEÃO | FOTOS: DIVULGAÇÃO E DO AUTOR

Pense em uma Suzuki B-King, a "Hayabusa sem carenagem". Agora, imagine que essa Big-Naked seja fabricada pela BMW. A vantagem da escola alemã é a obsessão por comportamento dinâmico exemplar. Daí a suspensão dianteira exclusiva Duolever (duplo triângulo) com controles eletrônicos, os freios Brembo e o sistema de trocas rápidas de marchas. 

A dinâmica não segue a esportividade da S 1000 R, sendo a K mais "pesadona" e lenta nas trocas de direção e entradas e saídas de curvas. A citada suspensão BMW garante que a frente não afunde nas frenagens mais fortes e o ABS não é tão intrusivo quanto os sistemas das motos japonesas. O controle de tração é muito benvindo em função do torque, alto e bem distribuído nas rotações. Nunca falta força e ao trafegar por piso pouco aderente, a atuação do TC é sensível.



A ergonomia, os comandos e os banco garantem conforto e tranquilidade, com as pedaleiras não muito recuadas e o guidão com boa largura permitindo uma postura ereta e correta. Nada menos do que se espera de uma motoca autenticamente germânica. Fugindo do clichê de velocímetro digital, o da K é analógico, com númerais pretos sobre fundo branco, mostrando iluminação âmbar à noite. No cluster digital, há indicações do computador de bordo, marcha engatada e relógio. As luzes-espia ficam no meio de tudo.


O visual não é unanimidade, como sempre. Suspensão traseira monobraço com transmissão por cardã à esquerda da moto e a face oposta da roda junto ao escapamento "bazuca" todo cromado completa a ousadia. Embora defasado, mas o resultado final não desagrada. Em cores sóbrias como azul, preto e grafite o resultado parece melhor que na moto branca ou vermelha.


O desempenho aferido em pista de testes é algo fora do esperado, para melhor. Que a S 1000R já havia "engolido" a Suzuki B-King, não restava dúvida. Mas ao atingir a máxima 20 km/h acima da japonesa na curta reta da TRW foi algo quase assutador. Retomada brutal e aceleração vigorosa, com trocas de marcha dignas de esportivas 1000 conseguiram que o quilômetro de arrancada fosse cumprido em menos de 20 segundos. Só para comparar, a K 1300 R supera a famosa Honda Hornet em mais de três segundo na arrancada de mil metros e consegue velocidade final 45 km/h maior. A retomada em sexta marcha é feita na metade do tempo. Daí a facilidade em definir o "mito Hornet"  como moto de iniciante.

Você quer saber o preço do brinquedão? Nós também. As lojas só vendem por encomenda e o valor depende da data da negociação e da taxa do dólar no dia da compra. Raramente a brincadeira fica abaixo dos R$90.000 mas dá pra dizer que ela é beeeemmmmmm mais divertida que um sedã careta do mesmo preço. E agrega maior status também.

.: Kawasaki Z1000 ABS - 2016 :.
Kartódromo Itororó
Power Lap: 1m18s00 - 165 km/h
Circuito VELO CITTÁ
Power Lap: 1m02s40 - 188 km/h
Campo de Provas ZF-TRW
0 a 50 km/h: 1,5 segundos - 11,7 metros
0 a 100 km/h: 3,2 segundos - 59,8 metros
0 a 100 km/h: 7,3 segundos - 276,6 metros
0 a 200 km/h: 9,8 segundos - 368,8 metros
0 a 250 km/h: 19,2 segundos - 977,3 metros
0 a 1.000 metros: 19,6 segundos - 255,8 km/h
50 a 100 km/h (6ª): 4,3 segundos - 88,9 metros
Velocidade Máxima (6ª): 261,7 km/h - 0,02g**
**Velocidade Máxima Possível: 263,8 km/h
Consumo Médio: 14,0 km/l - 7,2 L/100km