TEXTO E FOTOS: GUSTAVO DO CARMO 


Há 30 anos, em 1986, a perua Fiat Elba chegava ao mercado. Foi o segundo modelo derivado do Uno, lançado dois anos antes. Em 1985, já tinha sido lançado o sedã Prêmio (também homenageado pelos seus 30 anos nesta mesma seção). Faltava, ainda, para completar a nova linha de compactos da marca italiana, a Fiorino, nas versões picape e furgão, que viriam em 1988.

Se, esteticamente, com o Prêmio foi preciso adicionar um terceiro volume, na Elba bastou apenas esticar a carroceria hatch do Uno em 40 cm. O comprimento ficou em 4,04m e a janela lateral traseira cresceu, mas foi dividida por uma coluna. As lanternas traseiras eram verticais como no Uno e no Prêmio, só que um pouco mais finas. O lado negativo era que, inicialmente, a perua só tinha duas portas.



Por dentro, o espaço interno para os passageiros, a posição de dirigir e o estilo do painel (com os comandos satélites) eram os mesmos dos irmãos, sendo que havia uma faixa de metal com o nome Elba (como no Prêmio). A capacidade do porta-malas era de 610 litros (até a altura do banco traseiro) e a parte central do para-choque levantava junto com a tampa.


A Elba (que não homenageava a cantora Elba Ramalho, já muito popular na época, mas, sim, uma ilha italiana no Mar Tirreno) começou a ser vendida nas versões S e CS. A primeira tinha motor 1.3 nacional de 59 cavalos (o mesmo do Uno e do Prêmio) e colunas entre os vidros na cor do carro. A top usava motor 1.5 argentino de 71 cavalos e trazia colunas escurecidas, forração melhor, apoio de cabeça de série (opcional na S), vidros elétricos, computador de bordo e rodas de alumínio, oferecidas como opcional pela primeira vez na Fiat. Com engates duros, o câmbio de cinco marchas (disponível também na S) era o seu maior incômodo. Mesmo assim, como o Oggi, antecessor do Prêmio, a perua Panorama, baseada no 147, com seu teto em dois níveis e substituída pela Elba, não deixou saudades.  



A Elba passou três anos sem uma novidade marcante de estilo ou motor. Desde o seu lançamento, ela só ganhou luzes de direção nos para-lamas, novos revestimentos internos, mudança na posição do cinzeiro traseiro e dos botões dos vidros elétricos do painel para as portas, espelho no para-sol do passageiro, melhoria na iluminação e um console no assoalho.

Só em 1989 foi lançada a versão luxuosa CSL com o novo motor 1.5, também fabricado na Argentina, de 82 cavalos. Tinha novas calotas e suporte para bagageiro no teto. Por dentro, um novo painel, com o quadro de instrumentos integrado ao painel central superior e apoios de cabeça vazados (moda naquela época). O câmbio ganhou relações mais curtas. Acabou substituindo, por algum tempo, a CS.



No ano seguinte chegou, enfim, a carroceria de quatro portas, que aproveitou as colunas já existentes nos vidros laterais traseiros. As maçanetas eram salientes, ao contrário da versão de duas portas, que ficavam escondidas no vão entre a porta e a lateral. Como no Prêmio, o vidro da porta traseira não abria completamente e não podia ter comando elétrico. Também havia uma faixa preta na base das portas. Outra novidade era o motor 1.6, também argentino, que rendia 88 cavalos.


Para a linha 1991, um face-lift deixou os faróis mais estreitos e longos e a grade na cor do carro. A versão S de quatro portas com a nova frente, como a que aparece nestas lindas fotos da miniatura em escala 1:43 da coleção Carros Inesquecíveis do Brasil, da editora Planeta, durou pouco. Em meados daquele ano ela foi substituída pela Weekend (o nome já era usado na versão de exportação, como sobrenome do Duna, o Prêmio), com opção de duas e quatro portas e motor 1.5 Fiasa, este nacional, que rendia 61 cavalos com gasolina e 71 cv, com álcool (naquela época separados) e era derivado do 1.3, a quem substituiu.

A injeção eletrônica chegou exatamente nesta versão, em 1992, e o mesmo propulsor passou a render 67 cavalos com gasolina e 73 cv com álcool. A CS voltou ao mercado com o mesmo motor 1.6 argentino da CSL, ainda com duas portas e carburador, que só foi aposentado na linha 1993, quando passou a 89 cavalos. Em 1994, a Elba ganhou um novo painel, com o quadro de instrumentos destacado e cantos arredondados. 


Quando saiu de linha, em meados de 1997, substituída pela Palio Weekend, a Elba só tinha duas versões, ambas com quatro portas: a Weekend 1.5 e a CSL, que perdeu a sigla e passou a ser chamada simplesmente de 1.6 i.e. Pelo menos, ao contrário do Prêmio, que se mudou para a Argentina com nova identidade (Duna), a perua morreu no Brasil e ainda chamada de Elba.