TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


Um Renault na seção Em Breve no Brasil? É um milagre. Desde 2013, quando eu falei do Captur (que até agora não chegou e virá diferente), um modelo da marca francesa do losango não era pauta da seção para falar de carros que poderão chegar ao nosso mercado.

A expectativa agora é pelo crossover médio-grande Koleos, que está sendo esperado para novembro, com apresentação no Salão do Automóvel de São Paulo. Se vier, o Koleos vai quebrar outro tabu: o de ser o primeiro Renault autêntico vendido no Brasil desde a importação da Grand Scénic e do Mégane Cabriolet em 2008. Vale lembrar que os demais modelos lançados desde então são da romena Dacia (Logan, Sandero, Duster) ou projeto da sul-coreana Samsung (o Fluence). Clio, Kangoo e Master são projetos antigos.



Construído sobre plataforma modular CMF (a mesma do Talisman e do Espace), o novo Koleos mede 4,67m de comprimento, 1,84m de largura e 2,71m de distância entre-eixos. Embora tenha o estilo padrão dos últimos lançamentos da Renault, especialmente o sedã Talisman - como a grade frontal emoldurando o losango e rasgando o para-choque, o prolongamento em LED abaixo dos faróis (também totalmente em LED) e a extensão ultra-fina das lanternas traseiras -, a aparência é mais conservadora. A linha de cintura tem pouca ondulação e as caídas do teto e das janelas laterais são convencionais. Ainda de perfil destaco apenas o charme dos músculos na área das portas, vindos da da traseira e da dianteira, onde há uma falsa entrada de ar. As rodas têm 18 polegadas. 


O interior também repete o padrão dos últimos Renault: painel de gabinete central levemente destacado, a tela multimídia vertical (que na Europa é opcional) e o quadro de instrumentos individualizado, com o velocímetro digital no meio. O acabamento é bem refinado, com material macio no painel. O espaço interno também é amplo para cinco passageiros. O porta-malas tem 600 litros de capacidade.




O Koleos deverá ter versão única no Brasil, equipada com motor aspirado 2.5 de quatro cilindros e 170 cavalos de potência. O câmbio automático será CVT, equivalente a sete marchas, com borboletas no volante para mudanças manuais. Com o conjunto, o utilitário alcança os 185 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos.

A tração 4x4 será sob demanda, capaz de rodar nos modos 2WD (dianteira), 4X4 Auto (repasse automático) ou 4X4 Lock (bloqueio que transforma a tração integral em permanente em velocidades menores). A altura de rodagem de 21 centímetros e os ângulos de 19º na entrada e de 26º na saída serão suficientes para um fora de estrada leve.


Na lista de equipamentos, devem estar presentes, além da tela multimídia de 8,7 polegadas em posição vertical (que funcionará como um tablet, permitindo dar zoom, arrastar ícones e girar a tela), som BOSE, bancos dianteiros elétricos, ventilados e aquecidos, airbags laterais e de cortina, assistente de partida em ladeira, controles de tração e estabilidade, frenagem automática, alerta de mudança de faixa, monitoramento de fadiga, park assist, câmera de ré, sensores de estacionamento, detector de ponto cego nos retrovisores e faróis adaptativos.

A primeira geração do Koleos tinha um porte médio, equivalente ao Kia Sportage, Hyundai ix35, Honda CR-V e Toyota RAV4. Com o lançamento do Kadjar, sua atualização, o Koleos foi reposicionado para cima e agora vai enfrentar o Hyundai Santa Fe (R$ 157.990), Ford Edge (R$ 229.900), Toyota SW4 (R$ 213.450) e a Chevrolet Trailblazer (R$ 159.990) em um segmento mais luxuoso, mas ainda distante dos alemães e da Volvo. Seu preço deverá ficar na faixa dos R$ 170 mil e com isso vai posicioná-lo entre estes concorrentes. Veremos em novembro.

Koleos 1a Geração (2012)
Mas, como nem tudo é perfeito, o Koleos será importado da Coreia do Sul, terra da Samsung, que projetou a primeira geração e o Fluence (o nosso vem da Argentina). Mesmo assim, desejo que a vinda do Koleos seja seguida por outros Renaults autênticos e que a marca francesa não seja mais assídua da seção Baba, Brasil! Só torço para o crossover não se junte ao Mégane RS - cuja vinda era dada como certa e acabou dando meia volta de avião - e que não seja mais uma pegadinha da imprensa automotiva privilegiada.