TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


O Porsche Panamera foi lançado em 2009. E... olha como o tempo voa... já se passaram sete anos e a gente nem percebeu que estava na hora de uma nova geração para o primeiro cupê de quatro portas da marca alemã de Stuttgart, fabricante do igualmente lendário 911.

Na verdade, ele nem precisava. Seu estilo era perfeito. A segunda geração do Panamera serviu mais para aperfeiçoar o modelo, atualizar as tecnologias e trocar a plataforma, que agora é construída em alumínio e aço de alta resistência.



Panamera 2013

Por isso, foram feitos apenas alguns ajustes nas suas linhas. À primeira vista, a renovação parece um face-lift. Foi até difícil encontrar diferenças na carroceria que identifiquem uma renovação total. Mas encontrei. A caída do teto ficou mais baixa e o Panamera ficou ainda mais cupê. A base da linha das janelas está mais baixa. O "culote" na parte traseira da lateral ficou menos acentuado e ele perdeu aquele vinco horizontal na área da coluna traseira.


Panamera 2013

Na dianteira e na traseira, claro, as mudanças são mais visíveis: os faróis agora são de full-LED, com máscara cinza e mais largos (muito semelhante aos novos 911 e 718 Boxster) e o para-choque ganhou novas entradas de ar, de desenho mais agressivo. Atrás, as lanternas ficaram mais finas e ganharam iluminação em LED, inclusive no friso que as une, acima da faixa escura com o nome PORSCHE. A tampa do porta-malas também ganhou vinco demarcante. Antes era tudo liso e as lanternas elípticas se concentravam nos cantos da traseira. O vidro da tampa do porta-malas ficou mais reto.



Para garantir que se trata de uma nova geração, as medidas mudaram, principalmente a distância entre-eixos, que subiu de 2,92 para 2,95m e o comprimento, que passou de 5,02 para 5,05m. Já os ganhos de largura (0,6 cm) e altura (0,5 cm) foram tão mínimos que praticamente se mantiveram com 1,94m e 1,42m, respectivamente. O porta-malas ganhou 50 litros. Mas continua com apenas 495 litros. Para um carro desse tamanho, poderia ser maior. Mas os bancos traseiros são rebatíveis, podendo aumentar essa capacidade para 1.304 litros.


O interior também foi modernizado, sem deixar de lado as linhas que caracterizam a Porsche. Estão lá o painel horizontal e o quadro de cinco instrumentos, com conta-giros no centro, que é o único físico. Os outros quatro são virtuais em uma tela de 7 polegadas. Bem no meio do tablier há o tradicional tacômetro. A tela multimídia agora tem 12,3 polegadas (por enquanto compatível apenas com o Apple Play) e foi instalada no centro do painel de forma horizontal, suprimindo as saídas centrais do ar condicionado, que agora ficam na parte superior do painel (como no popular Volkswagen Up!). No console, onde fica a alavanca do câmbio PDK de dupla embreagem e oito marchas, a infinidade de botões do modelo anterior foi substituída por uma superfície touch, que opera várias funções do carro, como a climatização do ambiente e calefação dos bancos, que continuam altos e afunilados no encosto de cabeça.


Panamera 2013


Panamera 2013

Não preciso descrever a sofisticação do acabamento com muito couro e detalhes de madeira e aço escovado. O amplo espaço interno também dispensa comentários, mas quem vai atrás tem um console exclusivo com sistema multimídia e controle digital do ar condicionado.

Na lista de equipamentos de conforto estão ajuste elétrico e massagem em todos os bancos, sistema de som Bose com 14 alto-falantes e 710 watts de potência ou Burmester 3D com 21 alto-falantes e 1.455watts, entre outros comuns em modelos mais baratos.






Entre as novidades técnicas estão o eixo traseiro direcional, a suspensão pneumática de três câmaras, compensação ativa de rolagem e controle dinâmico de condução esportiva (PDCC Sport) com torque vetorial para curvas. O Panamera também terá o sistema Response Sport, que aumenta a resposta do motor e oferece quatro modos de condução: Normal, Sport, Sport Plus e Individual.

Os motores também são novos, todos biturbo. São dois V8 (um a diesel e outro a gasolina) e um V6 a gasolina. Este último é 2.9 com 442 cavalos de potência e 55 kgfm de torque. Curiosamente, a versão 4S, que sugere mais esportividade, usará este motor com gasolina. Mas o S a diesel terá o V8 4.0 de 421 cv e 85,0 kgfm de torque.  O Panamera mais potente é o V8 4.0 de 559 cavalos e 77 kgfm de torque. Todos possuem tração integral. O Panamera V8 a gasolina acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e alcança os 306 km/h. O consumo na estrada é de 13,6 km/l. Para enfrentar o Tesla Model S, que se inspirou nele, a Porsche ainda vai lançar a versão híbrida, ainda sem previsão de venda. 

O Panamera já está em pré-venda na Europa, mas só será entregue em novembro. Lá, ele custa a partir do equivalente a R$ 413 mil. Até que a diferença de preço não é tão grande em relação à versão mais simples da geração antiga, ainda vendida no Brasil. A V6 custa R$ 489 mil. A V6 S sai por R$ 669 mil e a Turbo chega a R$ 899 mil. Mas a tendência é que aumente bastante quando a nova geração chegar aqui, no ano que vem.