TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS QUATRO RODAS E CARRO (NÍVEL DE RUÍDO)


O Vitara tem para a Suzuki a mesma importância que o Golf tem para a Volkswagen. Principalmente no Brasil. Foi com ele, então um jipinho, que a marca japonesa chegou ao nosso mercado, na década de 90. Foi ele que forneceu a própria carroceria para a Chevrolet vender a primeira geração do Tracker em suas concessionárias. E foi com o Vitara que a Suzuki retornou ao mercado brasileiro em 2008, após seis anos fora.

Agora, no final de 2016, a Suzuki renova o Vitara, que já não é mais o jipinho de 25 anos atrás, nem o clone do Tracker, nem tem mais o prenome Grand e muito menos o SUV da sua volta. Ele se transformou em um crossover. E com um estilo bem conservador, apesar de personalizável. E de gosto duvidoso. A marca afirma que a inspiração foi no Range Rover, mas ficou lembrando o antigo Lifan 320, o mal-sucedido clone do Mini Cooper.



O novo Vitara tem três frentes. Uma para cada versão. Na básica 4All, ela é pontilhada e apenas na cor cinza escura. Na 4You, as cores dependem da escolha do comprador (branca, vermelha, cinza fosca clara ou escura, cinza brilhante, preta ou cinza escuro texturizado). Na 4Sport, a grade tem molduras verticais que lembram os modelos da Mitsubishi. Os faróis têm o mesmo formato retangular espichado, mas se diferem pela máscara cinza nas duas versões mais caras. A traseira, agora sem o estepe e com lanternas prolongadas, é igual em todas as versões. O teto pode ter cor diferenciada da carroceria, proporcionando 22 combinações, algumas com cores vivas, como azul, vermelho e laranja, algo difícil de ser aceito em nosso mercado "careta".


O novo Vitara mede 4,18m de comprimento, menor que o S-Cross, um SUV compacto de 4,30m da mesma Suzuki, que deveria se posicionar abaixo do mestre, mas acabou ficando mais caro. A distância entre-eixos também é menor (2,50 contra 2,60m), apesar da plataforma igual. A largura é de 1,78m e a altura, 1,61m, praticamente as mesmas do irmão mais novo. O antecessor Grand Vitara continua à venda. Ele também é menor que os principais concorrentes compactos, exceto o Peugeot 2008.



O interior, antes de estilo e acabamento agradável, ficou conservador e espartano demais para um carro que custa mais de 83 mil reais. O painel tem um desenho cruzado, com a parte horizontal realçada pelos apliques plásticos, molduras das saídas de ar e do miolo do volante, também de textura variada, entre o aço escovado, branco, carvalho preto, fibra de carbono, grafite, madeira clara, bambu, prata acetinado, preto e vermelho brilhantes. Só os de madeira são realmente de madeira reciclada, mas o resto é tudo plástico.




Na parte vertical, onde ficam as tomadas de força e os comandos de ar condicionado, se destaca a tela multimídia de 10 polegadas com as mesmas funções de um tablet (ausente na 4All manual). Os difusores de ar agora são circulares e entre os do centro há um relógio analógico. E o acabamento abusa do plástico duro. O espaço interno é apertado. Por fim, o porta-malas tem capacidade para apenas 375 litros, pouco para um utilitário (concorrentes têm bagageiro com cerca de 400 litros).


O motor 1.4 Turbo, de injeção direta, potência de 146 cavalos e apenas movido a gasolina, é a grande novidade na linha Suzuki no Brasil, sendo oferecida pela primeira vez no país e exclusivamente na versão 4Sport, em conjunto com o câmbio automático de seis marchas. A tração 4x4 AllGrip é opcional. O sistema é o mesmo do S-Cross (que também ganhou motor turbo no face-lift) e seleciona o tipo de piso em que o veículo anda (Automático, Sport, Neve ou Lama e Bloqueio do Diferencial).


Segundo a revista Quatro Rodas, o Vitara Turbo automático acelera de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos, recupera a velocidade entre 80 e 120 km/h em 5,9 segundos, percorre 14.4 km/l na cidade e 17,6 km/l na estrada, 26,1 metros a 80 km/h de frenagem e 62,1 decibéis a mesma velocidade, este último dado foi medido pela revista Carro. Gostei muito do desempenho, do consumo e da frenagem, mas o nível de ruído é mediano.  

As demais versões usam o mesmo 1.6 16v do S-Cross, que (agora) rende 126 cavalos. A 4All ainda tem a opção do automático, além da manual de cinco. Já a 4You só tem o automático, mas pode ter a tração integral AllGrip opcional. Ainda não tenho dados de desempenho com motor 1.6.

Vitara 4All

A versão básica 4All custa a partir de R$ 83.990 e tem teto apenas na mesma cor da carroceria (fica até mais elegante assim). Vem equipada de série com ar-condicionado, rodas de liga leve de 16 polegadas, radio MP3, volante multifuncional, piloto automático, assistente de partida em rampas, controle eletrônico de estabilidade, sistema start/stop, abertura e fechamento das portas por chave presencial, vidros, travas e retrovisores elétricos e coluna de direção com ajustes de altura e profundidade. A 4All com câmbio automático custa R$ 89.990 e adiciona rodas de liga-leve de 17 polegadas e o sistema multimídia com tela de 10 polegadas, que tem espelhamento para Apple Car Play, Android Auto e Mirror Link, podendo conectar câmera frontal, DVR e TV Digital.

Vitara 4You

A 4You tem espelhos retrovisores rebatíveis eletricamente, faróis de neblina, ar-condicionado digital automático, partida por chave presencial, limitador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré. Custa R$ 94.990 com tração dianteira e R$ 99.990 com a integral.

Vitara 4Sport

Finalmente temos a 4Sport, completa com faróis com luzes principais e luzes diurnas de LED, bancos com revestimento premium e detalhes na cor vermelha, pedais em alumínio, volante revestido em couro, airbags laterais, de cortina e para os joelhos, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis. Como a 4You, tem preços com a tração 4x2 (R$ 107.990) e 4x4 (R$ 112.990). 

O novo Vitara brigar com Honda HR-V (R$ 101.400 - EXL 1.8), Jeep Renegade (R$ 97.990 - Limited 1.8), Nissan Kicks (R$ 89.990), JAC T5 (R$ 73.990 - 1.5) e Peugeot 2008 (R$ 87.290 - 1.6 THP). A partir do ano que vem chegam os renovados Chevrolet Tracker e Ford Ecosport, além do novíssimo Hyundai Creta. O Renault Captur deve ficar para o S-Cross. 


Pontos Fortes 

+ Motor 1.4 Turbo
+ Desempenho
+ Consumo
+ Frenagem
+ Multimídia com tela de 10 polegadas


Pontos Fracos 

- Estilo 
- Acabamento
- Espaço interno
- Porta-malas
- Preço para o seu tamanho


FICHA TÉCNICA 

Motores: Quatro cilindros, 16 válvulas, transversal, gasolina, turbo, injeção direta, 1.373 cm³ (1.4 Turbo) 
Quatro cilindros, 16 válvulas, transversal, gasolina,1.586 cm³ (1.6)
Potência: 126 cv (1.6) e 146 cv (1.4 Turbo)
Torque:
16,7 kgfm a 4.400 rpm (1.6)
23,5 entre 1.700 e 4.000 rpm (1.4 Turbo)
Câmbio: Manual de cinco marchas ou automático de seis
Tração: dianteira ou 4x4 com sistema por demanda AllGrip
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,3 segundos (Revista Quatro Rodas - 1.4 Turbo)
Retomada entre 80 e 120 km/h: 5,9 segundos (Quatro Rodas - 1.4 Turbo)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 14,4 km/l na cidade e 17,6 km/l na estrada (Quatro Rodas - 1.4 Turbo)
Frenagem 80-0 km/h: 26,1 metros (Quatro Rodas - 1.4 Turbo)
Nível de ruído a 80 km/h: 62,1 decibéis (Revista Carro - 1.4 Turbo)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,18/1,78/1,61/2,50 m
Porta-malas: 375 litros
Tanque: 47 litros
Preços: 83.990 (4All Manual) / R$ 89.990 (4All Automática) / R$ 94.990 (4You 4x2) / R$ 99.990 (4You 4x4) / R$ 107.990 (4Sport 4x2) / R$ 112.990 (4Sport 4x4) 
Cores:
Branco Cool, Prata Silk, Cinza Galatic (grafite) e Preto Cosmic (4All e 4You) / Vermelho Bright (4Sport)
Azul Atlantis com teto Preto Cosmic, Azul Atlantis com teto Branco Cool, Laranja Horizon + Preto Cosmic, Bege Savana + Preto Cosmic, Cinza Galatic + Preto Cosmic, Preto Cosmic + Branco Cool, Vermelho Bright + Preto Cosmic, Branco Cool + Cinza Galatic, Branco Cool + Preto Cosmic, Branco Cool + Vermelho Bright, Prata Silk + Vermelho Bright, Prata Silk + Cinza Galatic, Prata Silk + Preto Cosmic, Cinza Galatic + Prata Silk, Cinza Galatic + Vermelho Bright, Preto Cosmic + Vermelho Bright, Preto Cosmic + Grafite Fosco (4You e 4Sport) / Branco Cool + Grafite Fosco (4Sport)