Próximo de completar 61 anos, o Isetta ganhou fama por ser o primeiro microcarro do mundo e pela sua carroceria em forma de ovo, com apenas dois lugares, uma porta na frente (que incorporava a coluna de direção, pedais e instrumento) e bitola traseira estreita. Ele foi criado na Itália pelo engenheiro Ermenegildo Preti em 1950 e apresentado a Renzo Rivolta, dono da fábrica de motocicletas, motonetas e refrigeradores Iso, que produziu o carro de 1953 a 1954, quando passou a ser fabricado sob licença pela BMW. No Brasil, o fabricante de máquinas agrícolas Romi, do empresário Américo Emílio Romi, de Santa Bárbara D'Oeste (SP), adquiriu, já em 53, a licença para produzí-lo.


Com 2,43m de comprimento, 1,54m de largura, chassi tubular, carroceria de aço, bitola estreita (que originalmente foi projetada para apenas uma roda), teto solar (que servia de ventilação do ambiente e saída de emergência), motor dois tempos de 236 cm3 e 9,5 cavalos e câmbio de quatro marchas, o Romi-Isetta foi o primeiro carro fabricado no Brasil. Mas ficou fora da isenção fiscal do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), programa de incentivo ao nascimento da produção de veículos do governo Juscelino Kubitschek, comandado pelo almirante Lúcio Meira criado em 1956.

O Romi-Isetta foi lançado com um desfile em São Paulo, no dia 5 de setembro daquele ano, aguardando o decreto 41.018 para começar a ser vendido. Mas a sua publicação no dia 27 de fevereiro do ano seguinte jogou um balde de água fria na Romi. 


O decreto só concedia incentivos fiscais, cambiais e financeiros, entre outros, a empresas que produzissem automóveis que se enquadrassem em diversas características, entre elas a capacidade para quatro ou mais passageiros e a presença de pelo menos duas portas. Por não atender aos requisitos, o Isetta não mereceu os incentivos da época e teve seu preço dobrado, tornando-se desinteressante ao consumidor. Dois meses depois, este passava a contar com o primeiro carro nacional de acordo com as normas governamentais, a perua DKW-Vemag.

Foto: internet

Mesmo assim, foi produzido até 1961, dois anos depois da morte de Américo, dono da fábrica. Ele já era equipado com o motor 298 cm3, de quatro tempos 13 cavalos e transmissão da BMW, além de ter ganho faróis maiores e em posição mais alta, novos bancos, painel, volante e suspensão com molas helicoidais e amortecedores telescópicos. A nova versão era chamada de 300 De Luxe. Foram produzidas cerca de 3.000 unidades em cinco anos.



TEXTO E FOTOS DA MINIATURA: GUSTAVO DO CARMO
FOTOS REAIS DO ROMI: INTERNET E DIVULGAÇÃO
FONTE DE CONSULTA: BEST CARS WEBSITE