Depois das duas primeiras gerações como monovolume, uma delas fabricada em Juiz de Fora, o Mercedes-Benz Classe A chega a sua segunda edição como hatch esportivo (quarta no total), mantendo as linhas, mas atualizando plataforma, contornos e conteúdo. 

Na frente, a grade ficou mais côncava e hexagonal. Os pontos cromados para criar um efeito infinito, cortado apenas pela estrela da Mercedes e o único friso (no hatch original de 2012 eram dois) já tinham sido usados no face-lift de 2016. Os faróis da nova geração, inteiramente em LED, ficaram mais finos e angulosos, lembrando os do sedã-cupê CLS de nova geração. A lateral ficou mais alta e a traseira ganhou prolongamento horizontal das lanternas. 


Classe A 2016
Classe A 2013


Classe A 2016
Classe A 2013

O Classe A também ficou maior, com comprimento de 4,42m (aumento de 12 cm), largura de 1,80 (mais 2cm), altura de 1,44m (+1cm) e 2,73m (+3cm) de distância entre-eixos. Isso aumentou o espaço interno. A capacidade do porta-malas agora é 370 litros, um ganho de 29 litros em relação ao anterior. As rodas podem ter de 16 a 19 polegadas de diâmetro. 


O interior exagerou na ousadia e no minimalismo. Em vez de um painel bem elaborado esteticamente, a Mercedes colocou duas telas sobre uma bancada horizontal. O maior trabalho foi remodelar as cinco saídas circulares de ar (três nos centro e as duas nas extremidades) imitando turbina de avião com opção de iluminação que simula fogo, já que as portas e console inferior (onde é possível carregar o celular por indução magnética) lembram o modelo anterior. Um detalhe é que o Classe A ganhou os tradicionais botões de ajuste dos bancos (elevados e vazados como o anterior) em formato de um banco da Mercedes.


Classe A 2016
Classe A 2013

Das duas telas, uma é o quadro de instrumentos atrás do volante. A outra é a interface do novo sistema MBUX (Mercedes-Benz User eXperience), que passa a ser sensível ao toque (embora tenha mantido o touch pad no console) e opera navegador, internet, som e outras funções do carro, como o ar condicionado. Haverá a opção de duas telas de sete polegadas, outra com a tela 10,5 e 7 polegadas e a terceira com as duas telas de 10,5 polegadas. Há ainda iluminação ambiente em LED de até 64 cores.


Entre os equipamentos, serão oferecidos, entre itens de série e opcionais sistemas semi-autônomos com câmeras e radar, como o Active Distance Assist DISTRONIC (sistema de alerta ao motorista ao detectar sonolência), reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de colisão frontal com detecção de ciclistas, aviso de saída de faixa, controle de cruzeiro adaptativo com reconhecimento de curvas  que diminui a velocidade, assistente de frenagem de emergência, alerta de tráfego cruzado traseiro, Park Assist, entre outros. 



Na mecânica, o Classe A terá, inicialmente, as versões A200, A250 e A180d. O A200 tem o novo motor 1.4 turbo de injeção direta, de 160 cavalos e 25,5 kgfm de torque, que substitui o antigo 1.6 turbo de 156 cv. Pode acelerar em até 8 segundos. O câmbio pode ser manual de seis ou automatizado de sete velocidades e dupla embreagem (7G-DCT). O A250 tem um 2.0 turbo de 226 cv e 35,7 kgfm e acelera em 6 segundos podendo chegar até 250 km/h. O A180d é o turbodiesel 1.5 de 118 cv e 26,5 kgfm de torque. Acelera em 10,5 segundos e só chega aos 202 km/h. Pode ser o mais fraco, mas o seu foco é o consumo de combustível. O A250 e o A180d só terão o câmbio automatizado. A tração 4Matic, antes exclusiva do apimentado AMG A45, chegará às outras versões em breve. 


Também futuramente virá o próprio AMG, com o mesmo número ou outro maior, além do sedã que vai substituir o cupê de quatro portas CLA, o movolume sucessor do Classe B e a nova geração do utilitário GLA. Todos são frutos da nova plataforma modular MFA2 do Classe A, embora o estilo não tenha mudado radicalmente. Também é incerta a fabricação desta nova geração em Iracemápolis, interior de São Paulo, mas como importado, o novo Classe A chega ao Brasil em 2019. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO