Texto: Gustavo do Carmo, com trechos da Autoesporte
Fotos: Divulgação e Autoesporte

A eleição de Carro do Ano da revista Autoesporte surgiu em 1966, organizada pela extinta Mecânica Popular. No início apenas um carro era nomeado. O primeiro vencedor foi a Picape Willys, derivada da Rural. Hoje, a publicação da Editora Globo, que organiza a promoção desde 1969, realiza doze premiações.

Além das quatro categorias tradicionais (Carro do Ano, Carro Premium, Utilitário e Utilitário Premium), a Autoesporte escolhe os motores até 2.0 e acima desta cilindrada e, pelo terceiro ano, o carro ecológico, o site de montadora, o comercial de TV e o executivo do ano, além de homenagear dois nomes marcantes do automobilismo brasileiro: um vivo e um já falecido.

Hall da Fama - Mario Pati e Urbano Strumpf

Foto: Revista Autoesporte

Este ano foram incluídos no Hall da Fama os nomes de Mario Pati e Urbano Ernesto Stumpf.

Mario Pati é jornalista, tem 84 anos e foi o responsável por organizar o primeiro Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em 1972 e os nove seguintes.

Formado em Economia pela Faculdade Álvares Penteado (SP), ele começou no jornalismo em 1946, passando pelos principais jornais paulistas. Trabalhou em mais de vinte publicações, entre as quais o diário carioca Última Hora, de Samuel Weiner, que marcou sua carreira. Sempre apaixonado por automobilismo, chegou a disputar algumas corridas nos anos 60, mas a falta de recursos o levou aos bastidores do esporte.

Pati trabalhou como bandeirinha, auxiliar de box e se transformou em um especialista do assunto. Em 1972, quando Antonio Carlos Scavone levou para a TV Globo a ideia de fazer a Fórmula 1 em Interlagos (SP), Pati ficou responsável pela organização, trabalho que exerceu nos primeiros dez anos do GP.

Nos últimos anos, Pati foi editor do suplemento de automóveis do jornal Diário Popular, editor de testes da revista O Mecânico, editor do site Autoestrada e atualmente responde pelo site Revista de Automóvel. Estes dois últimos parágrafos são do site da Autoesporte.


Já Stumpf foi um dos primeiros a estudar o uso do álcool em automóveis e caminhões. Somente na década de 1970, com a crise mundial do petróleo, é que o seu trabalho foi reconhecido e procurado pelo governo. A utilização de combustível renovável, aliás, foi a tese de conclusão do seu curso de Engenharia pelo Instituto de Tecnologia Aeronáutica, da qual ele chegou a ser coronel. Urbano Ernesto Stumpf morreu em 1998. Sua homenagem foi recebida pelo filho Renato Stumpf.

2012 - Mario Pati e Urbano Ernesto Stumpf

Executivo do Ano - Sérgio Habib



O prêmio de Executivo do ano foi para Sérgio Habib, que em 2011 se destacou ao trazer para o Brasil a marca chinesa JAC Motors. Com uma maciça divulgação - como a contratação do apresentador Fausto Silva e a inauguração simultânea das 50 concessionárias da marca (no dia 18 de março, o Dia J) - e uma excelente pesquisa de mercado, que melhorou o acabamento e recheou o carro de equipamentos de luxo e segurança de série por um baixo preço, a JAC fechou o primeiro semestre como a segunda maior importadora do país, ameaçou as montadoras caciques nacionais e motivou o governo federal a aumentar o IPI para carros importados fora dos parceiros do Brasil. Para se prevenir disso, a JAC anunciou a construção de uma fábrica na Bahia. A SHC, empresa do executivo também representa a Jaguar e a Aston Martin e também é dona de concessionárias Ford, Volkswagen e Citroën.

Já falei do Habib aqui no Guscar, quando do lançamento do J3:

2012 - Sérgio Habib (JAC Motors)


Site do Ano - Citroën



A navegação simples e a melhor identificação com a imagem da marca foram dois itens que determinaram a vitória da página da Citroën na internet.

Os critérios para a seleção levaram em conta a qualidade de prestação de serviço on-line pelas marcas, a oferta de informações, a facilidade e rapidez no acesso e na navegação de páginas, a frequência nas atualizações de conteúdo, o design geral do site e, como ponto fundamental para ser finalista, oferecer a opção de configurar um carro para compra.

Votaram na eleição profissionais ligados à área de desenvolvimento em web, com vasto conhecimento e experiência em Internet: Alberto Cataldi, Editor do site de Autoesporte; Alexandre Maron, Diretor de Inovação Digital da Editora Globo; Ricardo Cianciaruso, Diretor de Produtos da Editora Globo; Rodrigo Onias, Editor-Chefe da Home Page da Globo.com e Valter Bicudo, Coordenador de Interfaces Digitais da Editora Globo.

Outros finalistas foram as páginas da Fiat e da Renault, cuja versão para celular é a única das montadoras que em que o visitante pode configurar um carro.

2010 - Mio Fiat

Publicidade do Ano - Fiat 500


A categoria Publicidade do Ano tem a sua primeira marca tricampeã (a Fiat, que aliás, é a única vencedora) e o modelo bicampeão (o 500). Em 2009, o comercial de TV do microcarro retrô italiano, então importado da Polônia, foi premiado. No ano passado foi a vez do lançamento do Uno.

Para 2012, o 500, agora fabricado no México, voltou a ser lembrado pelo comercial inusitado que resgatou do ostracismo o ator Ricardo Macchi, famoso apenas pelo seu papel como cigano Igor da novela Explode Coração, em 1995. Ele, alto e musculoso, que só falava "Dara", contracenou com o experiente ator de Hollywood Dustin Hoffmann, baixinho e dono de um talento insuperável. A agência de publicidade Leo Burnett quis dizer que um carro bom não precisa ser grande.

O conceito de comunicação faz sentido, mas não é muito original e, na minha opinião, não será muito lembrado no futuro. Assim, achei injusto o comercial do 500 ter superado a divertida campanha da picape Nissan Frontier, que chamou os cavalos do motor das concorrentes de Pôneis Malditos. No filme um homem atola com o carro na lama e faz o tal xingamento. Quando abre o capô, em vez do motor encontra um carrossel com pôneis coloridos de computação gráfica cantarem em tom infantil "Pôneis malditos, pôneis malditos, venha com a gente atolar. Odeio barro, odeio lama. Que nojinho! Não vou sair do lugar!". Um deles beija o dono do carro e diz "Te quiero".

O reclame da Nissan teve apenas 3 votos, contra 5 do Fiat. Outros concorrentes, que não tiveram indicação, foram a Chevrolet, com um anúncio de revista do Omega Fittipaldi e o aplicativo para iPad do novo Cruze, e o Volkswagen Fox série especial Rock in Rio, aquele em que os passageiros e até o próprio carro aparecem com bigode do Freddie Mercury. Ainda bem que não ganhou. Era ridículo e nojento, com todo respeito ao saudoso vocalista do Queen.

2012 - Fiat 500


Carro Verde do Ano - Volkswagen Polo Bluemotion



Criado para gastar menos combustível e emitir menos poluentes, o Polo Bluemotion foi o evidente vencedor do Carro Verde do Ano, dando o segundo título na categoria para a Volkswagen, que ganhou no ano passado com o Gol Ecomotion. 

Renovado este ano, junto com toda a linha Polo, o Bluemotion teve o melhor desempenho nas avaliações de consumo e emissões de gases nocivos ao ambiente e às pessoas. Para alcançar esse resultado, conta com a grade fechada, pneus de menor resistência à rolagem, marchas mais longas e alterações na aerodinâmica da carroceria. No processo produtivo, são usadas fibras naturais, carpetes de fibra de PET reciclado e isolamentos acústicos fabricados com sobras de tecido. 

O segundo finalista foi o Citroën Aircross, que é produzido numa fábrica com cabine de pintura com tinta hidrossolúvel e nanotecnologia para o tratamento das superfícies dos carros. O utilitário franco-fluminense também tem 20 quilos de materiais ‘verdes’, como fibras naturais utilizadas nos tapetes e no material de isolamento acústico, entre outros revestimentos, além do índice de reciclabilidade de 85%, o maior entre todos os modelos produzidos pela marca.

O terceiro foi a recém-lançada versão Economy do Fiat Uno. Com motor 1.4, a nova opção de acabamento ganhou a indicação pela necessidade de manutenção menos frequente do que os rivais, que garante baixo nível de emissões de poluentes por mais tempo, além do baixo consumo. 

2012 - Volkswagen Polo Bluemotion