TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Em 1967 a Chrysler comprou a Simca e aqui no Brasil substituiu o famoso Chambord pelo 'moderno' Esplanada. Dois anos depois a montadora norte-americana extinguiu a marca francesa e lançou no país a sua outra marca, a Dodge, com o enorme Dart, de 4,96m de comprimento e motor V8.

Fez muito sucesso, mas a Chrysler queria conquistar outros mercados e, parecendo estar se preparando para a crise do petróleo que se desenhava naquela época, procurou um modelo mais compacto e econômico. Começava a nascer o Polara.

O primeiro carro compacto da Chrysler fabricado no Brasil foi apresentado no Salão do Automóvel de 1972 e chegou ao mercado em abril de 1973, ainda com o nome de Dodge 1800, que era a cilindrada do seu motor de 78 cavalos.



O modelo era um cupê de duas portas, com o vidro traseiro levemente inclinado, encaixando-se perfeitamente com a tampa do amplo porta-malas. Sua frente tinha grade preta, quinas e para-choques cromados e dois pares de faróis redondos. Era espaçoso e confortável, mas possuía acabamento muito simples. A carroceria tinha área de deformação frontal e a cabine era bastante rígida.

O 1800 era uma versão brasileira do Hillman Avenger inglês. No entanto, a sua adaptação para o nosso país foi facilitada graças à sua produção na Argentina, onde era chamado de Dodge 1500. A filial brasileira da Chrysler, no entanto, achou esta cilindrada muito fraca para ser abastecida com a nossa gasolina. Com o motor mais forte, o carro brasileiro alcançava os 140 km/h e acelerava até 100/h em cerca de 16 segundos.


Tanto no nosso vizinho quanto na Europa, havia também as versões de quatro portas e perua. Aqui só existiu o modelo de duas portas, que era a preferência nacional.

O 1800 começou a ser vendido nas versões de cabamento básica, a intermediária L e a top GL. Esta última tinha rádio entre os equipamentos. Em 1974 chegou a versão esportiva SE com 82 cavalos. No mesmo ano surgia o seu maior concorrente: o VW Passat.



Por causa de problemas como a estabilidade, câmbio, acabamento, consumo, vibração e baixa produção, o modelo quase foi retirado de linha. A Chrysler decidiu ouvir os consumidores, corrigiu os defeitos e o rebatizou de Polara em 1976. Todos ganharam acabamento mais luxuoso e a versão, GL, por exemplo, ganhou bancos reclináveis. A potência do motor subiu para 93 cavalos. Esta pesquisa de mercado virou até tema de comercial de televisão. Ele foi eleito o Carro do Ano pela Autoesporte em 1977.

Finalmente o Polara emplacou. Mas ainda tinha a frente antiga. A nova, de faróis retangulares, envolvidos pelos piscas, só chegaria em 78. O emblema ganhou um leão que foi muito usado na publicidade do carro. No ano seguinte ganhava câmbio automático de quatro marchas. Em 1980 veio a versão GLS, mais luxuosa, com apoios de cabeça embutidos nos bancos dianteiros. Naquele ano a Volkswagen já tinha comprado a Chrysler do Brasil.

Em 1981 o "dodginho", como o Polara também ficou conhecido pelos fãs que conseguiu conquistar, deixou de ser produzido, após 92.665 unidades.