TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO



Para aumentar a sua linha de crossovers e diversificar os seus produtos, a Audi desceu mais um degrau e criou o Q2, construído sobre a plataforma MQB do grupo Volkswagen, usada também no Golf e no A3. Aliás, mesmo parecendo um A3 Sportback mais elevado, o Q2 é mais curto que o hatch médio do seu fabricante.



O novo crossover mede 4,19m de comprimento, 1,79m de largura e 1,51m de altura (de fato é mais alto que o irmão mais comportado), com 2,60m de distância entre-eixos. O A3 de duas portas possui 4,23m, 1,77m e 1,42m. O A3 Sportback, de quatro portas tem 4,31m, 1,79m e 1,43m. Mas a sua distância entre-eixos é três centímetros maior que o A3 de duas portas e o Q2. Este comporta 405 litros no seu porta-malas, podendo chegar até 1.050 com os bancos traseiros rebatidos. O Honda HR-V tem 431 litros, enquanto o Ford Ecosport tem apenas 362 litros. Dentro da Audi, o A3 Sportback tem 380 e o duas portas 365 litros.




Lançado inicialmente apenas com quatro portas, o Q2 tem um estilo diferenciado dos outros modelos da marca, principalmente seus irmãos crossovers. Para começar, a grade é octogonal (hexagonal nos outros), com filetes dentados e moldura cromada. Os faróis são um pouco maiores. Os para-choques têm duas grandes (falsas) entradas de ar pentagonais de moldura prateada em cada lado. Mesmo formato têm as lanternas traseiras, em conjunto único, posicionadas entre a lateral e a tampa do porta-malas saliente, sem apliques. As luzes de LED, tanto na frente, quanto atrás, têm formato de T.


Mas a principal identidade estética do Q2 não chega a ser o teto descendente para a traseira, mas a larga coluna C pintada. Na maior parte das fotos ela aparece em preto ou cinza claro, mas pode ser personalizada com outras cores. Sinceramente... eu achei feio.


O ambiente interno é muito semelhante ao do A3, por causa do painel horizontal contínuo, com a parte central discretamente voltada para o motorista, o quadro de instrumentos destacado e as saídas de ar circulares. Uma faixa não revestida no painel, as laterais do console no assoalho e os braços das portas podem ser de alumínio ou na mesma cor da carroceria.





O Q2 oferece equipamentos como ar condicionado digital de duas zonas, sistema multimídia MMI com tela no alto do painel e os opcionais navegador, touchpad, head-up display e o já popular quadro de instrumentos virtual. Entre os de segurança estão controle de cruzeiro adaptativo (anda e para), leitor de sinalização, alerta de manutenção da via, auxílio contra engarrafamento e alerta de mudança de faixa. A suspensão com amortecedores adaptativos é opcional.



Os motores do Q2 serão o tricilíndrico 1.0 TFSI turbo, conhecido do nosso Volkswagen Up!, mas que no Audi vai render 116 cavalos só com gasolina, o 1.4 TFSI de 150 cv e o 2.0 TFSI, de 190 cv. estes dois com quatro cilindros. Com diesel, as opções são o 1.6 TDI (110 cv) e 2.0 TDI (150 e 184 cv). O câmbio básico é um manual de seis marchas, podendo ter o automatizado de dupla embreagem de sete. Mesmo considerado um crossover, a tração integral Quattro é opcional apenas para as versões com motor 2.0 a gasolina ou diesel e 1.4 a gasolina. Nas demais é dianteira.


Na Europa, o Q2 pode até enfrentar o Honda HR-V, o Jeep Renegade e o Peugeot 2008. Mas aqui no Brasil (se vier) a briga vai ficar restrita a Mini Countryman e Mercedes GLA, que custam na faixa dos R$ 140 mil. O menor SUV da Audi, o Q3, deve crescer e ser promovido a concorrer com o Mercedes GLC e o BMW X1. A marca alemã ameaça não trazer o Q2 por causa da crise econômica do Brasil. Mas, por enquanto, não é motivo para o brasileiro babar.