TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO


Quando vi as primeiras fotos internacionais do novo Audi A4, no ano passado, só me convenci de que se tratava da quinta geração do ex-sedã compacto (com codinome B9, referente à soma das gerações do A4 e do antecessor 80, de acordo com a contagem da Audi) e não um face-lift mais profundo quando vi as fotos do interior e li informações sobre as suas medidas e a nova plataforma.

Agora, o consumidor brasileiro já pode conferir pessoalmente as mudanças, pois o A4 já está à venda no país, importado da Alemanha, inicialmente em três versões: Attraction (R$ 159.990), Launch Edition (R$ 172.990) e Ambiente (R$ 182.990). A intermediária era uma edição especial de lançamento, como o nome em inglês já diz, limitada a 500 unidades.



A sua plataforma modular MLB Evo, com aço de alta resistência, alumínio e magnésio, deixou o carro 120 kg mais leve e afasta a suspeita de mudanças superficiais. Principalmente pela distância entre-eixos, que cresceu de 2,80 para 2,82m. O comprimento também passou de 4,70m para 4,73m. A largura aumentou de 1,82m para 1,84m. Só a altura se manteve em 1,43m.


Os faróis mais recortados com nova disposição das luzes de LED, o para-choque sem espaço para luzes de neblina, a grade mais hexagonal e com mais filetes cromados até o para-choque, os retrovisores externos fixados nas portas e não mais no vidro, o vinco lateral mais acentuado e as lanternas traseiras mais finas e tridimensionais pareciam que foram as únicas mudanças.


Mas o interior é totalmente novo, com painel de linhas horizontais, ressaltadas pelos difusores de ar que se estendem até a área do passageiro. O acabamento é de primeira linha, com alumínio, couro e material emborrachado. O volante tem três braços, com miolo redondo. A grande estrela é o quadro de instrumentos, que não só voltou a ficar esteticamente destacado, como agora é totalmente digital, chamado de Virtual Cockpit.


O sistema, oferecido apenas a partir da versão intermediária e que já é usado no esportivo TT, no utilitário Q7, no Volkswagen Passat e agora no A4, configura os instrumentos para que tenham aparência clássica, com velocímetro e conta-giros de layout analógico, ou dinâmica (digital). O navegador e gráficos do menu, telefone e conectividade também são exibidos nesta tela de TFT (Transistor Film Technology) de 12,3 polegadas e podem ficar entre os instrumentos ou em primeiro plano, com estes reduzindo de tamanho. E para o sol não atrapalhar a visão, há um tratamento de superfície contra a reflexão.


O A4 ainda tem o head up display, um projetor de informações no para-brisa, que é opcional. Fixa e destacada no alto do painel, há mais uma tela, só que de LCD e de 8,8 polegadas. Mas não é sensível ao toque. Suas funções são operadas no botão MMI, localizado no console do assoalho, à frente da alavanca do câmbio em formato de manete de avião.


O espaço interno melhorou com a nova plataforma, mas o passageiro do meio ainda sofre com o túnel central. O teto solar, também opcional, tem tamanho convencional. O porta-malas tem capacidade para 480 litros.


A versão Attraction tem de série ar condicionado digital (de apenas duas zonas), direção elétrica, trio elétrico, computador de bordo, airbags frontais, laterais e de cortina, partida do motor por botão, faróis bixenônio com luzes diurnas em LED e ajuste de altura, rodas de liga leve aro 17, bancos em couro sintético com ajuste lombar elétrico para os dianteiros e gancho ISOFIX nos traseiros, sensores de chuva e luminosidade, assistente de partida em rampas, auto hold, freio de estacionamento elétrico, piloto automático, porta-malas com abertura elétrica, sistema multimídia com conectividade básica e sensor de estacionamento traseiro.


A Launch Edition acrescentava faróis e lanternas totalmente em LED, painel de instrumentos em cockpit virtual, encosto do banco traseiro rebatível, mais ajustes elétricos do banco do motorista, pacote adicional de luzes, decoração interna em alumínio, integração com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, navegador, bancos esportivos, retrovisores externos rebatíveis e o Audi Drive Select, no qual o motorista pode escolher entre cinco modos de direção: Dynamic, Efficiency, Comfort Automatic e Individual.


A Ambiente herda os itens da Launch Edition e acrescenta rodas de liga leve aro 18, acabamento esportivo da linha Sport e pacote de luz para climatização interna.

Ar condicionado automático com três zonas, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, teto solar elétrico, monitor de tráfego traseiro e lateral, Head Up Display e o sistema de som premium Bang and Olufsen 3D com 19 alto-falantes são opcionais. Pelo que eu vi no site da Audi, só serão oferecidos para a Launch e a Ambiente.


O detector de pedestres, alerta de mudança de faixa e assistente de congestionamento, chamado Traffic Jam Assist, que anda sozinho até 64 km/h e faz pequenas curvas, assim como o hotspot wifi não vieram agora, mas serão oferecidos como opcionais no segundo semestre, junto com a perua Avant e a nova versão top Ambition. Até lá, a Launch Edition já parou de ser importada. A leitura de placas não deve vir.

A Ambition terá motor 2.0 TFSI de 252 cavalos e tração integral Quattro. Já os A4 que vieram agora têm a mesma cilindrada e configuração, mas com 190 cavalos. O câmbio é o automatizado S-Tronic de dupla embreagem e sete marchas. Com ele, segundo a revista Carro, o A4 acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, recupera a velocidade entre 80 e 120 km/h em 5,6 segundos, alcança os 210 km/h (de acordo com o fabricante), registra 58,8 decibéis a 80 km/h, faz 8,8 km/litro na cidade e impressionantes 16 km/l na estrada e obteve uma excelente frenagem de 23,5 metros a 80 km/h.


Se participasse do comparativo entre sedãs médios premium que eu fiz em novembro passado, superaria Jaguar XE, Volvo S60 e BMW 320i na frenagem, empataria tecnicamente em ruído com os três modelos, dividiria o melhor consumo com o Jaguar, mas ficaria tecnicamente empatado com o BMW na aceleração, mas ficaria atrás dos três na retomada, pois seu motor só é mais potente que o 320i (184 cv). E ele seria o mais caro também.  

Além da forte semelhança com a geração anterior, o A4 também passa a correr o risco de ser confundido com o A3 Sedan, ainda mais depois que o agora sedã mais acessível da marca das quatro argolas ganhou novos faróis e grade no exterior. Mas em termos de tamanho (obviamente) e conteúdo, o A4 mostra porque a nova geração está em um patamar superior. 

Pontos Fortes

+ Acabamento
+ Frenagem
+ Ruído
+ Consumo
+ Painel virtual


Pontos Fracos

- Preço
- Desempenho
- Estilo muito parecido com a geração anterior
- Equipamentos interessantes como opcionais
- Informações confusas no site da Audi



FICHA TÉCNICA 


Origem: Alemanha
Motor: Quatro cilindros, longitudinal, 16 válvulas, turbo, injeção direta de gasolina, 1.984 cm³
Potência: 190 cavalos
Torque: 32,6 kgfm a 1.450 rpm
Câmbio: automatizado de dupla embreagem e sete marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,4 segundos (revista Carro) 
Retomada de 80 a 120 km/h: 5,6 segundos (Carro)
Velocidade máxima: 210 km/h (fabricante)
Consumo: 8,8 km/l na cidade e 16 km/l na estrada (Carro)
Frenagem 80-0 km/h: 23,5 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 58,8 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,73/1,84/1,43/2,82 m
Porta-malas: 480 litros
Tanque de combustível: 54 litros
Preço: R$ 159.990 (Attraction) / R$ 172.990 (Launch Edition - limitada) / R$ 182.990 (Ambiente)