Cultuado no Brasil, o Honda Civic é bem aceito nos Estados Unidos. Tanto que a atual geração foi lançada lá. Mas o queridinho mesmo dos norte-americanos é o sedã grande Accord, considerado médio por eles e um dos carros mais vendidos do país de Donald Trump.

O Accord está chegando à sua décima geração desde 1976, quando o carro, então um hatch compacto (ou médio para nós), foi lançado no Japão e exportado para eles. 

O atual Civic emprestou (é a palavra mais correta, tamanha a semelhança entre os dois) o estilo e a sua plataforma modular para o novo Accord (e também para o utilitário CR-V), com aço mais resistente e ao mesmo tempo mais leve.



Os três volumes bem definidos deram lugar a um teto com queda suave, semelhante a um fastback. Tanto que o Accord Coupé não será lançado nesta nova geração. Para se diferenciar do "compacto", o Accord ganhou uma moldura prateada que envolve apenas a parte superior das janelas laterais. A frente é mais aberta no para-choque, mas o friso prateado característico dos últimos Hondas é mais discreto que o do Civic. As lanternas traseiras, somadas ao prolongamento possuem formato de C, que envolve a aparência de bigode da régua da placa.

O novo Accord cresceu apenas na distância entre-eixos (2,77m para 2,82m) e na largura em relação à geração anterior, lançada em 2012. No comprimento (4,89 para 4,88m) e na altura (não informada, mas de 1,47m no anterior) ele encolheu. 


O interior ficou mais discreto e mais simples que o Civic. Simples até demais para um veículo de categoria superior. Ele só tem as saídas de ar centrais tridimensionais do irmão menor nas extremidades. As centrais são conservadoras. A tela multimídia de 8 polegadas está destacada no alto, como tem acontecido em muitos carros recentes e até compactos, como o Kia Picanto e o Ford Ecosport. Pelo menos, o quadro de instrumentos é virtual, em tela TFT de 7 polegadas. Mas só nas versões mais caras. O espaço interno melhorou bastante, porém, tem o túnel da transmissão bastante elevado. A capacidade do porta-malas é de 472 litros. Ainda longe do ideal, mas que teve um ganho de 11 litros em relação à anterior geração. 


Na lista de equipamentos de série estão presentes sete airbags, controles de tração e estabilidade, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa e sistema que reconhece a sinalização das vias. Alerta de ponto cego, monitor de tráfego cruzado e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro são opcionais. A central multimídia tem conexão com a internet, carregamento de celular sem fio e, nas versões topo de linha, traz ainda o head-up display, que projeta diferentes informações no para-brisa.


Com exceção da versão híbrida, que usa um motor 2.0 a gasolina aspirado do ciclo Atkinson e outro elétrico, o novo Accord só terá motores com turbo. O básico será o mesmo 1.5 16v DOHC do Civic, mas com potência elevada de 173 para 192 cavalos. O câmbio com este motor será o manual de seis marchas ou automático CVT. O outro propulsor é o 2.0 16v DOHC de 252 cv, o mesmo do Civic Type-R, e um câmbio automático de 10 marchas. Os antigos motores 2.4 e V6 foram abandonados. 


As versões serão chamadas de LX, Sport, EXL, EXL Navi e Touring. O novo Accord será fabricado em Marysville, Ohio, nos Estados Unidos. Ele vai disputar mercado com o Volkswagen Passat (que tem estilo diferenciado para os norte-americanos), Hyundai Sonata, Chevrolet Malibu, Ford Fusion e, claro, o arquirrival Toyota Camry. Curiosamente, todos os seus concorrentes citados são conhecidos no Brasil, mas apenas o Passat e o Fusion ainda são vendidos aqui atualmente. 

E o Accord também virá. Chegará, entretanto, só no segundo semestre do ano que vem. Ele é vendido aqui desde a quarta geração e a Honda vai manter a tradição, mesmo o nosso país se mostrando cada vez menos atrativo para os sedãs de luxo. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO