O Nissan Leaf foi o primeiro modelo totalmente elétrico a se tornar popular no mercado mundial. Toyota Prius e Chevrolet Volt são híbridos. Em 2011 foi eleito o Carro do Ano na Europa, seguido pelo Volt no ano seguinte. Nunca foi vendido oficialmente no Brasil. Apenas emprestado para policiais e taxistas do Rio de Janeiro e São Paulo para ser testado e usado como ação de marketing.

A segunda geração do Leaf foi apresentada no último Salão de Frankfurt e está mais próxima em estilo dos modelos a combustão da Nissan. O novo Leaf continua sendo um hatchback como o anterior. Os faróis ficaram mais afilados. Antes totalmente limpo, o capô ganha seções em vidro escuro, simulando a grade em V tridimensional da marca, com direito a uma textura interna que se ilumina. O para-choque também tem um prolongamento desta seção, só que em preto brilhante. O bocal de recarga, que antes ficava sob o sol nascente da marca, agora fica na ponta do capô. 


Leaf antes

A lateral alta faz lembrar o novo March. Mas a harmonia logo é quebrada pelo excesso de aplique preto na coluna (como no Kicks), que vai até a tampa do porta-malas. As lanternas têm um formato horizontal que vai se prolongando em bumerangue até a coluna lateral. Lembra o Volvo V40.


Leaf antes
O interior é outro detalhe que ficou com aparência de carro convencional. O painel lembra o March e o Kicks, mas o acabamento texturizado não é total como nos compactos. É coberto por uma parte de plástico duro, esta sim podendo ser colorida, que emoldura o sistema multimídia. O quadro de instrumentos é meio virtual, meio físico, como no nosso utilitário esportivo. O volante tem três braços com miolo redondo e base achatada. O revestimento em couro dos bancos é de primeira qualidade. 

Leaf antes
O espaço interno continua atraente, pois a distância entre-eixos de 2,70m foi mantida. O comprimento aumentou em quatro centímetros, passando de 4,44 para 4,48m. A largura passou de 1,77 para 1,79m. Apesar do estilo ter ficado mais alto, a altura baixou de 1,55 para 1,54m. A capacidade do porta-malas subiu para 435 litros.


O novo Leaf tem um motor elétrica de 115 kw, equivalente a 150 cv. Antes eram apenas 109 cv, com 80 kw. Há uma bateria de ion-lítio de 40 kw (no Japão), colocada entre os eixos dianteiro e traseiro, que demora entre 8 e 16 horas para atingir a recarga completa. Mas em 40 minutos carrega 80% da capacidade. A autonomia é de 380 km. Em breve, será lançada uma versão com bateria de 60 kw com 400 km de automomia. Apesar do aumento, ainda está abaixo do esperado para um veículo elétrico que foi modernizado. O câmbio tem apenas uma velocidade.

Uma novidade do novo Leaf é o ePedal, que combina o pedal de aceleração com o de freio, gerando energia cinética regenerativa para a bateria. O sistema só funciona se acionado por um botão no console. 


Além dos recursos de conforto, como ar condicionado digital e sistema multimídia, o novo Leaf também tem os sistemas de condução semiautônoma ProPilot e o Park ProPilot. O primeiro é um auxílio de congestionamento, semelhante aos dos carros da Audi, que pode fazer até curvas até 100 km/h. O outro é o estacionamento automático, acionado por um botão. 

O novo Leaf será vendido no Japão, claro, nos Estados Unidos e Europa. Mas a Nissan nada fala se será realmente vendido aqui no estado do Rio de Janeiro, onde a marca japonesa tem fábrica em Resende, e não emprestado para fazer propaganda, como aconteceu com a primeira geração. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO